28 de novembro de 2010

O aquecimento global e a radiação ultravioleta


              Atualmente, os maiores problemas ambientais do planeta Terra e, consequentemente, da humanidade são: o aquecimento global e a incidência de radiação ultravioleta – UV e suas implicações terríveis. Sobre esses dois fatores, existe muita confusão na cabeça das pessoas. São fenômenos climático-atmosféricos provocados por causas diferentes, mas, que se complementam. Então, vamos aos esclarecimentos.
O aquecimento da atmosfera do planeta é decorrente da ampliação nociva do efeito estufa.
             O efeito estufa é o aumento da temperatura nas camadas mais baixas da atmosfera como resultado do acúmulo de gases como vapor d’água, dióxido de carbono – CO2, metano – CH4, óxido de nitrogênio – N2O, clorofluorcarbonos – CFCs e ozônio – O3. Esses gases, conhecidos como gases de efeito estufa ou gases estufa, funcionam como o vidro que cobre uma estufa: permite a entrada dos raios solares e impedem a saída do calor. Este processo mantém a temperatura na superfície da Terra equilibrada e favorece a existência da vida como nós a conhecemos. Sem o efeito estufa, a temperatura média do planeta seria de – 18ºC.
            O aumento de emissões de gases de efeito estufa, retém mais energia  na atmosfera e gera uma elevação constante na temperatura (aquecimento global) capaz de causar o derretimento das calotas polares, o aumento do nível dos oceanos e a submersão de áreas costeiras.
            A camada de ozônio é a faixa da atmosfera, situada a cerca de 30km de altura, onde a radiação UV do Sol reage com as moléculas de oxigênio – O2 produzindo uma grande concentração de ozônio – O3. As moléculas de ozônio, por sua vez, são quebradas pelos raios UV, gerando O2 e oxigênio livre. Deste modo, a camada de ozônio atua como um filtro que regula a chegada de radiação UV à superfície terrestre.
A abertura de buracos nesta camada, intensificada pela emissão de gases como os CFCs, permite a passagem excessiva de raios UV, capazes de provocar mutações          nos seres vivos, causando males à saúde humana (queimaduras, câncer de pele, catarata e fragilizando o sistema imunológico) e ao ambiente (desertificações, queimadas monumentais em florestas e prados, redução das colheitas, degradação do ecossistema dos oceanos e diminuição da pesca).
            Ou nós mudamos, urgentemente, o padrão de produção industrial, energético, de transportes e principalmente de consumo, ou os problemas expostos acima irão se agravar a condições extremas e irreversíveis, provocando destruição enorme e horrores nunca vistos na história da humanidade.

Adaptação do texto: Antônio Wanderley de Melo Corrêa.
Fonte: TRIGUEIRO, André. Meio Ambiente no Século 21. São Paulo: Autores Associados, 2008. 

21 de novembro de 2010

Com foi a IX Caminhada Ecológica do Bairro Jabotiana


A IX Caminhada Ecológica na av. Coronel Sizino da Rocha no conjunto Santa Lúcia

A IX Caminhada Ecológica “Construindo uma Jabotiana Saudável” foi promovida pela Unidade de Saúde da Família “Manoel de Souza Pereira” e aconteceu na manhã de 19 de novembro de 2010.
O evento foi extremamente positivo, por se tratar de uma ação educativa para as comunidades do Bairro Jabotiana - BJ; pelo entendimento de que a saúde e a qualidade de vida passam pela preservação do meio ambiente; por articular grupos ambientalistas; por proporcionar às escolas locais, públicas e particulares, a apresentação dos resultados dos seus projetos educativos.
Aliás, como sempre, as escolas fizeram a diferença. Participaram em massa, com criatividade lactente, alegria incontida e colorido exuberante.
            O Projeto “Construindo uma Jabotiana Saudável” mostrou sua maturidade, compromisso e importância para o BJ, o “último bairro verde de Aracaju”.     
           A TV Cidade, A TV Alese e o Programa “Matéria Prima” (TV Atalaia) fizeram a cobertura da Caminhada e registraram este evento de porte e importância que é uma manifestação única em Aracaju, por mobilizar um bairro para a preservação de seu verde e de suas águas. O Jornal da Cidade, na edição de 20 de novembro, estampou o evento em sua primeira página, com a seguinte manchete: “População da Jabotiana faz Caminhada Ecológica”.
A PMA, através da EMSURB, fez a limpeza geral dos logradouros e das margens do rio Poxim e do canal Grageru do BJ, nos dias que antecederam o evento. A SMTT enviou batedores para a escolta e a Secretaria Municipal da Saúde cuidou da logística da caminhada, fornecendo água mineral, carro de som, faixas e também divulgando o evento.
Mais uma vez, o cantor Cid Natureza “levantou a galera” fazendo a animação sonora no mini trio, cantando músicas ambientalistas e o Hino do BJ.
            O Conselho Diretor da Sociedade Jabotiana Viva agradece ao convite da gerência e da equipe técnica de saúde do “Manoel de Souza Pereira” e ao Conselho Local de Saúde. Ao ficar co-responsável pela divulgação do evento, o fez na medida das suas possibilidades, como forma de devolver um pouco da gentileza e da confiança depositada.
            A participação de sócios e simpatizantes do nosso movimento triplicou: cerca de 60 pessoas vestiram a nossa camiseta, conduziram a faixa “Rio Poxim: Revitalização Já!” e a bandeira de Sergipe. Entendemos esta adesão como um reconhecimento pelo trabalho realizado até agora.
O apoio da Petrobrás, confirmando o seu compromisso sócio-ambiental, foi decisivo para nós, patrocinando os nossos uniformes(camisetas e bonés). Louvamos também a participação do deputado Francisco Gualberto, parceiro de primeira hora do nosso movimento, do vereador Dr. Emerson e do pessoal de seus respectivos gabinetes.
            O final, na praça Principal dos conjuntos Sol Nascente/JK, foi emocionante, especialmente no momento em que todos de mãos dadas cantaram o Hino Nacional enquanto a bandeira de Sergipe tremulava no céu da Jabotiana.  
            Foi também altamente positiva a distribuição de 200 mudas de plantas medicinais, ornamentais e frutíferas, promovida pela ONG “Centro de Preservação da Natureza – Projeto Canto Vivo” [WWW.cantovivo.org].
            Continuaremos apoiando o Projeto “Construindo uma Jabotiana Saudável” rumo aos seus 10 anos. 2011 promete.

Jabotiana Viva na IX Caminhada Ecológica 

13 de novembro de 2010

IX Caminhada Ecológica do Bairro Jabotiana


Vai acontecer no dia 19 de novembro (sexta-feira) de 2010, a IX Caminhada Ecológica do Bairro Jabotiana - BJ. A iniciativa é da Unidade de Saúde da Família “Manoel de Souza Pereira”, como culminância do Projeto “Construindo uma Jabotiana Saudável”, uma das estratégias para minimizar a necessidade de serviços de saúde da população de um bairro rico em ocorrências naturais, que vem sendo alvo de constantes agressões ambientais, as quais interferem diretamente no padrão de vida da população.
            O evento vem sendo organizado há meses, nas reuniões do Conselho Local de Saúde, do qual participam diretoria e funcionários daquela unidade de saúde e representantes das comunidades do BJ. A Caminhada contará com o apoio da Secretaria Municipal da Saúde, Associação dos Moradores do Jardim Sol Nascente e JK e da Colina da Saudade.
            A concentração será na rua 15 do conjunto Santa Lúcia (em frente à Igreja Católica) a partir das 7h. O horário de saída da Caminhada está previsto para as 8h.  Já confirmaram presença todas as escolas públicas e particulares do bairro e os/as funcionários/as daquela unidade de saúde.
            Toda a população das comunidades do BJ está convidada, além dos moradores dos bairros circunvizinhos.
            O percursos será a rua 15, avenida Coronel Sizino da Rocha e avenida Rio Poxim do conjunto Santa Lúcia e, ao cruzar a ponte, a avenida Cezartina Regis dos conjuntos Sol Nascente/JK, encerrando na praça principal, onde será cantado o Hino Nacional.
            A novidade deste ano será a condução de 200 mudas de árvores doadas pela ONG “Canto Vivo” ao Projeto “Construindo uma Jabotiana Saudável”.
            A Sociedade Jabotiana Viva vem contribuindo com o evento, no trabalho de divulgação produzindo o cartaz, noticiando neste blog e no informativo impresso “Jabotiana Viva” nº 06. Nos faremos presente com a diretoria, sócios/as e simpatizantes. Você, caro/a blogueiro/a, não pode ficar de fora, participe! A gente se encontra lá.
Arquivo: Jabotiana Viva

 Aspecto da VIII Caminhada Ecológica, percorrendo a av. Rio Poxim no conjunto Santa Lúcia, realizada em 13 nov. 2009.


10 de novembro de 2010

Crime ambiental no Bairro Jabotiana

Um dos montes de cascalho de construção civil depositado na vegetação ciliar do rio Poxim nas margens da Estrada da Cabrita, no Bairro Jabotiana

Atualmente experimentamos a maior crise ambiental da história da humanidade. É fundamental reconhecer a nossa responsabilidade no impedimento ou na minimização da destruição dos recursos naturais fundamentais à vida.
O planeta parece entrar em convulsão, através de mudanças climáticas radicais, além da escassez de recursos hídricos e de solos férteis. Paralelo a isso, ocorre a produção monumental de lixo, a destruição sistemática e veloz da biodiversidade, o crescimento caótico, sufocante e desordenado das cidades. São problemas causados por nós, pelo nosso estilo de vida, hábitos, comportamentos e padrões de consumo. 
Em Aracaju, o verão de 2010 foi muito quente, fervendo. Tivemos de tudo: chuvas torrenciais, trovoadas, a maré invadindo ruas e avenidas, incidência altíssima de radiação ultravioleta e até ventania de 70 km por hora. É a resposta da natureza à insanidade da lógica do lucro a qualquer preço, por parte dos grandes grupos econômicos e do consumismo exacerbado de muitos, provocando agressões ao meio ambiente em escala global e local.
            Como se tudo isso não bastasse, durante o Carnaval, mais um crime ambiental aconteceu no Bairro Jabotiana - BJ.
No fundo do canteiro de obras dos condomínios “Canto Belo” e “Reserva das Flores”, foi feito um grande aterro até o limite do manguezal do rio Poxim.
Ali, na margem esquerda do rio, rente ao manguezal, nas proximidades da “Ponte Velha” e ao longo da Estrada da Jabotiana em direção ao Largo da Aparecida, foram depositadas toneladas de cascalho e lixo: verdadeiros montes de restos de forro de gesso, areia, fragmentos de reboco, sacos de cimento vazios, latas de tinta, caixas de papelão, sacos plásticos contendo papel e copos descartáveis, entre tantos outros objetos indesejáveis.
Trata-se de uma ação criminosa, pois de acordo com o Código Florestal (Lei 4.771/65), que legisla sobre as áreas verdes naturais, o Artigo 2º determina: “Consideram-se de preservação permanente as formas de vegetação natural: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água. I - Até 50 metros fora do curso d’água entre 10 e 50 m de largura”. 
            Com a ocorrência do pico das marés altas e as chuvas do inverno, grande parte aquela material sinistro descerá para o Poxim, piorando a situação do rio mais poluído de Sergipe.
            O correto seria o transporte do cascalho e do lixo para alguma lixeira e não optar pela ação “mais prática” ou “mais econômica”. Nessa lógica terrível, a natureza é apenas um detalhe incômodo e sem importância.
            Na Quarta Feira de Cinzas (17 fev.), moradores indignados informaram o ocorrido a membros do Conselho Diretor da Sociedade Jabotiana Viva. No sábado seguinte (20 fev.), esses foram ao local e confirmaram, atônitos, as denúncias. Na oportunidade, fizeram registro fotográfico e resolveram agir.
            Na semana seguinte os diretores da entidade realizaram contatos junto a meios de comunicação e denunciaram o fato à Polícia Ambiental (Protocolo M – 188187) e a Coordenadoria de Atendimento Ambiental da ADEMA (Denúncia 56/2010). Eles também notificaram o fato ao Conselho Local de Saúde do BJ na sua reunião ordinária de 26 de fevereiro na USF “Manoel de Souza Pereira”.
            O crime ambiental foi denunciado, por nossos diretores, a uma equipe de reportagem da TV Sergipe, que foi exibido no programa “Bom Dia Sergipe” e reprisado no noticiário “SE TV 1ª Edição” no dia 02 de março, causando enorme repercussão e indignação nas comunidades do BJ.
No dia seguinte, o delegado e agentes da Polícia Ambiental foram ao local e deram início à investigação para chegarem aos agressores do manguezal e do rio.
            Esperamos que a ADEMA também identifique e puna aquela atitude deplorável. Lugar de lixo e de entulho é na lixeira e não no manguezal do rio Poxim.
           
Mais agressões
            Em vistorias pelo BJ, nos dias 20 e 27 de março, membros da diretoria e sócios do nosso movimento, detectaram crimes ambientais por toda parte: ampliação dos aterros de cascalho da lagoa Rio Doce (ao sul do Santa Lúcia); avanço da construção de novos condomínios do PAR, praticamente avançando para a mata de entorno da lagoa Jabotiana ou Areal (ao norte da colina do reservatório R6 da DESO); além de vários carroceiros depositando entulho nas proximidades do rio Poxim e do canal Grageru (no fundo das escolas Joaquim Vieira Sobral e Manoel Franco Freire no JK).
            Desculpe caro leitor, sabemos que essas informações são desalentadoras, mas não para por aí. Também fomos informados que um sítio com 27 tarefas, já na fronteira com São Cristóvão, um verdadeiro bosque repleto de mangueiras centenárias e coqueiros, próximo ao loteamento Parque das Mangueiras (ao oeste do Cemitério Colina da Saudade), foi vendido para a OSAF, com o objetivo de ser construído ali um grande crematório com estacionamento e tudo mais. Pessoas ligadas ao antigo proprietário falaram que quase todas as árvores serão destruídas.
            Praticamente todas as pessoas que conhecemos, em sã consciência, são defensoras do meio ambiente natural: o verde, as águas, o solo fértil e o ar. Estão preocupadas com o efeito estufa e suas terríveis consequências. Todos estão estupefados com as declarações dos cientistas informando sobre o fim da calota polar do Ártico para daqui a 10 anos. A maioria se indigna com a devastação e as sucessivas queimadas de matas na Amazônia.
Entretanto pouco ou nada fazem para preservarem o meio ambiente na ponta dos seus narizes. Não praticam a cidadania. Muitas vezes também são agressores inconscientes ou displicentes.
Uma mudança de atitude se torna urgente. O individualismo e a timidez precisam ser vencidos, ou os derrotados seremos todos nós. Antes falávamos que seriam nossos filhos ou netos, as futuras gerações. Mas tudo indica que esta geração ainda verá horrores. 
O silêncio e o imobilismo da maioria das autoridades é de estarrecer.
Vale lembrar a máxima do movimento ambientalista de autor desconhecido: “Mais importante do que cuidar do planeta para os nossos filhos e netos, é cuidar melhor dos nossos filhos e netos para o planeta”. E acrescentar-mos-ia: “Antes que seja tarde demais”.
Lembramos também o Artigo 225 da Constituição Federal: “Todos têm direito ao meio ambiente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de  preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Matéria publicada no impresso “Informativo Jabotiana Viva” nº 05, abr. 2010.  

6 de novembro de 2010

Poxim: um rio que morre

O rio Poxim, extremamente poluído, cruzando o Bairro Jabotiana próximo à “Ponte Velha”

O rio Poxim Açu nasce na Serra dos Cajueiros no município de Itaporanga. O qual compõe uma sub-bacia da bacia do rio Sergipe, formada por quatro rios: Poxim Açu, Poxim Mirim, Pitanga e Poxim, além de muitos riachos. Os dois primeiros se unem no município de São Cristóvão e daquele ponto em diante ocorre o rio Poxim.
            O rio Poxim entra no território do município de Aracaju a partir do Bairro Jabotiana, enquanto um trecho do rio Pitanga cruza pelo sul o mesmo bairro. Além desse, o Poxim drena os bairros Inácio Barbosa, São Conrado, Farolândia, Jardins e Coroa do Meio, onde se encontra com o rio Sergipe. A extensão do leito do rio em sua área estuarina é de 09 km.
            O rio Poxim é considerado o mais poluído de Sergipe [“Rio Poxim é hoje o mais poluído do Estado”. s/autor. Correio de Sergipe. Cad. Correio Urbano. Aracaju: 07 out. 2008. Pg. A8]. A sua sub-bacia sofre quase todas as formas possíveis de degradação, a saber: lançamento de esgotos industriais e domésticos (Inclusive óleo de cozinha.) no solo e nas águas, exploração de areia no leito do rio, retirada de argila, exploração madeireira, focos de lixo nas águas e no solo, aterro de vazantes para a construção imobiliária, devastação das matas ciliares, ravina (Torrente de água em barranco que provoca erosão) e voçoroca (desmoronamento resultante de erosão provocada pela água). [“Diagnóstico e avaliação da sub-bacia hidrográfica do rio Poxim”. Equipe Técnica Multidisciplinar da Universidade Federal de Sergipe, dezembro de 2006. pgs. 119 e 120].
Um dado: Um litro de óleo polui irremediavelmente 10 mil litros de água. Aquele resíduo vai para o esgoto, que é lançado no rio. Em vez de derramar o óleo na pia, a sugestão é depositá-lo em um recipiente de plástico e quando este estiver cheio, for doado para fabricantes (industriais ou artesanais) de sabão ou sabonete. Eles saberão o que fazer com o resíduo, sem degradar o meio ambiente.
            Por fatores históricos e culturais – terríveis - grande partes dos brasileiros e dos sergipanos têm o hábito de jogar tudo que lhe é indesejável nos rios: pneus, lixo, tampa de privada, fezes, móveis velhos, cadáveres de animais e até de gente. O rio é o lixão e a fossa de quase todos. Se um dia o leito do rio Poxim vier à tona, teremos um espetáculo sinistro, digno da paisagem do Inferno de Dante. É profundamente lamentável e vergonhoso esse costume. Os que agem assim, são os mesmos que necessitam vitalmente de suas águas. Uma insanidade, portanto.
            Os ambientalistas, com precisão e clareza, advertem: Jogue no rio apenas o que o peixe come.
            Mesmo com tamanha agressão, o Poxim fornece 30% da água consumida no município de Aracaju. Segundo o Diagnóstico citado, o tratamento realizado pela Deso, da água captada daquele rio, não elimina todas as impurezas.
            O Poxim contribui para o abastecimento de água da grande Aracaju através do Sistema Cabrita, desde 1906, e do Sistema Poxim, a partir de 1958. (“A Bacia Hidrográfica do Rio Poxim”. Ailton Francisco da Rocha. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos/Superintendência de Recursos Hídricos). Em períodos de longa estiagem o regime das águas da sub-bacia desce a níveis mínimos, impedindo a captação do líquido precioso e seu consumo por parte dos aracajuanos. Daí o racionamento. E é nessa hora que percebemos o quanto o rio é importante.
            Diante do quadro aterrador, surge a pergunta: o que fazer? São necessárias ações urgentes, para ontem: tratamento da rede de esgotos que afluem para suas águas; campanha de conscientização junto às populações ribeirinhas; leis mais severas para pessoa física e jurídica, instituição pública ou privada que venha a poluir suas margens e águas, consumir a água tratada com abuso e causar danos ou destruição às suas matas ciliares; os Poderes Constituídos elegerem e legalizarem o tombamento da sub-bacia do rio Poxim como Patrimônio Paisagístico e Ambiental de Sergipe.
             
*Artigo publicado no Jornal do Dia, 20 mai. 2009. Pg. 04.

4 de novembro de 2010

Enchentes do rio Poxim: problema ambiental

Rua alagada no conjunto JK no Bairro Jabotiana em abril de 2010

             A sub-bacia do Poxim sofre terrivelmente toda sorte de agressões. Assim, as conseqüências estão sendo evidenciadas. Em um período de menos de dezoito meses, ocorreram duas enchentes que atingiram o Bairro Jabotiana - BJ. A primeira aconteceu em fevereiro de 2008, que inundou ruas e residências dos conjuntos JK e Santa Lúcia. A segunda foi nos dias 10 e 11 de maio de 2010. Nesta última, a água do rio Poxim invadiu as ruas H, Prof. Franco Freire, 36 e 39 do JK, enquanto o canal da avenida Cel. Sizino da Rocha, no Santa Lúcia, transbordou e a água chegou ao passeio, por pouco não invadiu as residências.
            Antes da enchente de 2008, havia 10 anos que não ocorria um fato desta gravidade em nosso bairro, mesmo nos momentos de chuvas torrenciais.
            Nos últimos anos, estamos assistindo alterações cada vez mais bruscas do regime do rio Poxim. De janeiro a abril a sua vazão caiu vertiginosamente, provocada pela falta de chuvas e altas temperaturas, ocasionando o racionamento de água e os seus conseqüentes transtornos. 
            Além dos fatores climáticos de grande amplitude, não podemos esquecer os fatores localizados para a ocorrência das enchentes cada vez mais freqüentes: A impermeabilização do solo e a destruição da vegetação, decorrentes do crescimento urbano sem planejamento cuidadoso, ou seja, sem estudo prévio do impacto ambiental e suas conseqüências para a própria população das áreas próximas ao rio. Tal fator impede que as águas sejam absorvidas naturalmente pelo solo. Durante as chuvas, quantidades imensas de água descem pelos esgotos e canais (quando descem) e se acumulam no rio, provocando os transbordamentos e as enchentes. Quando ocorre maré alta, a situação é ainda mais crítica, pois a rede de esgotos e os canais já se encontram cheios, não havendo espaço para a água das chuvas.
            Segundo dados da EMURB/PMA, entre 2007 e 2009 o Bairro Jabotiana estará contando com mais 2000 domicílios. Este crescimento populacional vertiginoso implica em um enorme acréscimo no volume do esgotamento sanitário a ser depositado no rio, bem como a da diminuição das áreas de solo permeabilizado. O crescimento imobiliário, embora licenciado pela ADEMA e pela EMSURB, não leva em conta o impacto ambiental e suas conseqüências para a população. Os aterros gigantescos e vorazes para a construção de condomínios foram realizados sobre antigas áreas para onde o rio vazava seu excesso de água em períodos de cheia. Perguntamos: Cadê o desenvolvimento sustentável tão declamado em prosa e verso?
            Agora fica fácil para o leitor entender as causas das enchentes sucessivas. Só quem tem a sua residência inundada, sabe o que passa. Cabe aos demais serem solidários e exercerem a sua cidadania.
A Sociedade Jabotiana Viva vem desenvolvendo a campanha “Poxim no Coração da Gente”, que tem por propósito contribuir para uma maior conscientização dos moradores no BJ e adjacências, e sensibilizar autoridades executivas e legislativas quanto à importância da revitalização do rio Poxim e de sua sub-bacia.
A referida campanha tem como ações educativa e afirmativa o desenvolvimento de dois projetos: a produção de uma Cartilha de Educação Ambiental a ser distribuída nas escolas do bairro e “Doe o óleo”, sobre a coleta e a reciclagem do óleo de cozinha usado nas comunidades do BJ. Este último em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH.

*Matéria publicada no impresso “Informativo Jabotiana Viva” Nº 03, set./out. 2009  e atualizado em 1º de Nov. 2010.

2 de novembro de 2010

Plantando árvores

Pomar de mangueiras nas proximidades do loteamento Parque das Mangueiras (São Cristóvão) ao oeste do Bairro Jabotiana, a 1 km do conjunto Santa Lúcia.

           As árvores são consideradas pela Botânica os “vegetais superiores”, cujas raízes, tronco e copa (ramos, folhas, flores e frutos) possuam altura superior a quatro metros.

            Plantar árvores é um gesto de amor à natureza e a própria humanidade. Um bairro ou uma cidade arborizada é um local com melhor qualidade de vida: o ar é mais limpo, o espaço é mais organizado, diminui a amplitude térmica, favorecendo um micro clima mais ameno, a paisagem é mais bela e as crianças se divertem ainda mais. As árvores proporcionam sombra, ajudando as pessoas a interagirem; fornece alimento e abrigo para os pássaros e outros animais; absorvem ruídos, reduzem a poeira e a condução de ventos; auxilia na captação de águas pluviais e fornecem material orgânico para enriquecer o solo.
A seguir, algumas dicas de como plantar árvores.
As sementes de espécies nativas devem ser plantadas logo depois de colhidas. É a melhor maneira de obter boa germinação. Sementes duras são de boa armazenação, mas nascem com mais dificuldade. As sementes macias nascem fáceis, mas ao serem armazenadas se perdem com facilidade. De preferência colher as sementes secas, e melhor ainda, as que ainda não caíram no chão ou recém caídas.
O melhor período para a germinação de sementes de espécies nativas é no início da primavera, no final de agosto.
            Em um saquinho de aproximadamente 20 cm (pode ser saco de leite ou garrafa PET) com terra adubada, cave a terra, abrindo um espaço do tamanho da semente e cubra com um pouco de terra.
            Coloque a muda em ambiente semi-sombreado, onde ela possa tomar sol em apenas uma parte do dia. Mantenha a terra úmida. Regar sem permitir que forme poça. Apenas a quantidade absorvida pela terra. Depois recompor a água sempre que secar. O tempo de brotação, a depender da espécie, é de 10 a 15 dias.
            Quando a plantinha atingir entre 25 e 35 cm, faça o transplante para a cova definitiva: abra espaço para a muda, corte a embalagem, deposite todo o seu conteúdo na cova, que deve medir 40x40 cm de “boca” e 40 cm de profundidade (40x40x40cm).
            A adubação da cova deve conter 150g de calcário, 200g de superfosfato e adubo orgânico (esterco) bem curtido. O esterco “verde” é muito ácido e queima as raízes. Primeiro faz mistura de três partes de terra com uma parte de adubo e depois se acrescenta o calcário e o superfosfato, mistura para o enchimento da cova.
Evite plantar perto da rede elétrica e de construções. A distância mínima entre uma muda e outra é de 5 metros.
A melhor época de plantio em local definitivo é no início das chuvas. Plantar com o solo úmido e ter chuva nos meses seguintes, garante bom enraizamento e a sobrevivência quase autônoma quando vier o período seco.
No momento de plantar na cova, a embalagem deve ser retirada com cuidado para que o torrão que protege as raízes não se quebre: segure a muda deitada com uma mão, e com a outra, utilizando uma faca ou uma tesoura, corte o saco plástico no sentido boca-fundo e com cuidado retire a embalagem plástica. Abra um buraco no centro da cova com tamanho suficiente para acomodar o torrão da muda. A parte superior do torrão deve ficar nivelada com a superfície da cova e o torrão deve ficar na posição vertical.
Coloque em seguida a terra retirada da cova e adubada junto da muda plantada e, com as mãos, pressione a terra em redor do torrão até que este esteja firme e bem envolvido pela terra da cova. Terminado o plantio, regue a muda abundantemente.
A muda deve receber cuidados até que fique adulta e saudável. Molhar com freqüência, de preferência a cada dois dias, no período da manhã ou no final da tarde. Após o primeiro mês regue a planta uma vez por semana.
Nos dois primeiros anos, após o plantio, fazer adubação de cobertura a cada seis meses, utilizando uma mistura de 50g de uréia, 100g de superfosfato simples e 50g de cloreto de potássio. Essa mistura deve ser aplicada ao redor da muda na forma de uma coroa na medida da proteção da copa da planta no solo. Em seguida regar a planta diariamente por mais de 10 dias.
Nos meses mais quentes, a base da planta dever ser aguada ao amanhecer ou ao entardecer.
            Durante o crescimento, ter cuidado com formigas e grilos, que comem as mudas. Para afugentar esses insetos, use formicida em quantidade necessária. Cuidado também com o mato, que pode abafá-las. É necessário fazer campina do coroamento periodicamente, até que a árvore atinja 2 metros.

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