20 de dezembro de 2010

Faça xixi no banho e economize água


Uma descarga de um vaso sanitário consome de 08 a 12 litros de água tratada, cada vez que é usada. Existe uma maneira muito prática e fácil de economizar água da descarga: fazer xixi durante o banho. Se cada vez que você for tomar banho fizer xixi no ralo do banheiro, economizará uma média de 10 litros de água, pela descarga do vaso sanitário que deixou de acionar.
            Praticando este hábito, você gasta menos água, degrada menos a natureza, favorecendo a preservação dos recursos naturais e as nascentes dos rios.
            Uma enquete no sítio www.xixinobanho.org.br, da ONG “SOS Mata Atlântica”, acessado em 19 de dezembro de 2010, dos internautas participantes, 73% fazem xixi no banho, contra apenas 27% que não fazem.
            As dúvidas mais freqüentes sobre este hábito são as seguintes: Pode transmitir doenças? É nojento? Causa mau cheiro? Para as três questões a resposta é NÃO! A composição do xixi humano é de 95% de água e 5% de uréia e sal. Fazendo xixi, logo no início do banho, a água corrente leva tudo embora.
            Outras práticas que favorecem ainda mais a economia de água são: fechar a torneira quando for se ensaboar ou fazer a barba; varrer (e não lavar) a calçada e o piso; lavar o automóvel com balde e não com mangueira; abrir a torneira somente quando for enxaguar a louça; eliminar rapidamente os vazamentos, infiltrações e pinga-pingas.
            Agora, observe a tabela e perceba a economia incrível de água tratada que você e a sua família podem fazer por dia, mês e ano, fazendo xixi numa média de dois banhos por dia.
Economia de Água

Dia
Mês
Ano
01 pessoa
20 litros
600 litros
7.200 litros
04 pessoas
80 litros
2.400 litros
28.800 litros

15 de dezembro de 2010

Chiclete mata passarinho e plástico mata peixe


Ao jogar, de maneira displicente, um chiclete no passeio, você pode matar um passarinho. Ele é atraído pelo cheiro adocicado e de fruta. Ao bicar a goma, esta fica presa no bico. Mesmo tentando tirá-la desesperadamente com as patinhas, o passarinho morre sufocado ou de inanição, sem poder comer e beber água.  Morte que não desejamos nem ao pior inimigo, não é mesmo?
            Algum insensato poderia perguntar: - Mas, qual é o problema? Um passarinho a mais ou a menos, que diferença vai fazer?
            Primeiro, que não é “um passarinho”, mas muitos, que morrem das formas descritas acima. Segundo, um único passarinho, além de embelezar o nosso dia a dia, ao se alimentar, promove a multiplicação da flora. Ao comer sementes, ele joga várias no solo, seja pelo bico ou quando defeca. Assim as sementes germinam, dando origem a novas plantas, novas árvores. E todos nós sabemos dos benefícios promovidos pelas árvores: sombra, beleza, oxigenação do ar, sustentação do solo contra deslizamentos, climatização do ambiente, frutos, entre outros.
            Além disso, muitas espécies de passarinhos comem insetos. Fator que contribui para a não proliferação exagerada dos últimos.
            Incrível, mas os passarinhos desempenham até função social, além de equilibrarem o meio ambiente, proporciona beleza, alegria e com seus cantos, produzem música de boa qualidade.
            Quando se desfizer de um chiclete, embrulhe a goma em um papel resistente e coloque-o no lixo.
            Copos e sacos plásticos jogados a esmo também agridem a natureza. Quase sempre são levados pelo vento ou pelas águas da chuva para algum esgoto ou canal e dali para os rios. Ao ver esses objetos, os peixes os confundem com organismos aquáticos como algas e águas vivas e os abocanha. Deste modo, morrem de formas semelhantes aos passarinhos, pois seus aparelhos respiratórios e digestivos ficam obstruídos e não conseguem respirar e se alimentar. Por conseguinte, o pescado vai ficando cada vez mais raro e espécies vão sendo extintas.
            Outra vez, a solução imediata é depositar copos e sacolas de plástico no lixo. Ajude a natureza, ajude a si mesmo e aos outros. Não custa nada.

*Antônio Wanderley de Melo Corrêa

7 de dezembro de 2010

A Colina do R6: o mais belo olhar do Bairro Jabotiana

A Colina do R6 vista do campo de futebol do conjunto Sol Nascente

Antônio Wanderley de Melo Corrêa**

                A zona oeste de Aracaju, próxima à fronteira com São Cristóvão, é constituída de uma topografia peculiar, ocorrendo morros e pequenas chapadas de formação barreiras. São muito característicos nos bairros Jabotiana, São Conrado (nas proximidades do conjunto Orlando Dantas) e no Santa Maria.
            Até o final da década de 1970, o Bairro Jabotiana (conjuntos Sol Nascente, JK, Santa Lúcia, comunidades Largo da Aparecida, rua Jabotiana, o povoado Aloque, além de muitos condomínios residenciais) possuía majestosos morros de barro vermelho, os quais podiam ser contemplados na antiga avenida Contorno, atual Tancredo Neves.
            Aqueles barreiros altos foram sendo desmontados para o uso em aterros e para darem espaço à construção civil. Um dos poucos remanescentes é a colina onde foi instalado o Reservatório Apoiado – R6 da Deso, que abastece de água potável vários bairros de Aracaju.
            A Colina do R6 localiza-se ao norte do conjunto Santa Lúcia. Seu acesso é pela rua Jabotiana (Também conhecida como “Jabotianinha”), a mais antiga comunidade daquele bairro. Chega-se ao topo do morro por uma estrada íngreme e estreita, pavimentada com paralelepípedos, que contorna suas encostas leste e norte, terminando em um pequeno estacionamento ao oeste, atrás das câmaras de armazenamento de água.
Ali, na direção do poente, se tem uma visão magnífica para a fronteira com São Cristóvão: matas, sítios e chácaras com árvores frutíferas e ao longe, a silhueta azulada da Serra de Itabaiana.
Conduzindo o olhar em direção ao norte, mais belezas: o Rio Poxim com seu manguezal exuberante, a linda Lagoa do Areal, o campus da UFS, o Morro do Macaco no fundo da Rodoviária Nova e vários bairros da zona norte.
Indo para o extremo leste do topo daquele mirante, o visitante se depara com a “selva de pedra” da capital sergipana, os muitos edifícios em formação cerrada, a guisa de uma barreira de concreto gigantesca. A vista alcança a ponte Aracaju – Barra dos Coqueiros e no último plano, a linha do oceano.
Na direção sul, no primeiro plano, os conjuntos residenciais do Bairro Jabotiana, seu verde ainda abundante, a Colina da Saudade e outra visão do Poxim, separando o Sol Nascente/JK do Santa Lúcia. Mais adiante as fábricas do D.I.A.(Bairro Inácio Barbosa), o conjunto Orlando Dantas e parte do Santa Maria.
A única viv’alma da Colina do R6 é o vigilante solitário, discreto e receptivo, com seus cachorros mansos e amigueiros.
O topo daquele morro é vasto e aplanado. Lá existem alguns cajueiros baixos e frondosos. Com sorte, o visitante poderá saborear um caju doce. A brisa marinha sopra forte e constante, refrescando o ambiente. O sol banha tudo com sua luz, intensificando as cores e formas naturais e os artefatos dos humanos aracajuanos e sancristovenses. Embaixo, o verde é mais verde, o azul é mais azul e as águas são espelhos do céu.
O entardecer é magnífico: uma explosão de luz alaranjada banhando de ouro as nuvens lilases. Um espetáculo da natureza que faz os românticos suspirarem, e tocar fundo os corações sensíveis, diante do convite silencioso de Deus a viverem e a amarem.
Nas noites azuladas de verão, a lua cheia parece maior, sua luz é mais intensa, clareando de prata as águas a as matas do Jabotiana e de São Cristóvão, enquanto a cidade, ainda acordada, fervilha numa profusão de luzes, disputando brilho com as estrelas, que mais parecem flores no céu.
Por fim, alguns depoimentos espontâneos colhidos da memória: “Eu não quero sair mais daqui!”; “Pai, aqui é massa!”; “Que coisa mais linnnda!”.
Quem já foi ao mirante da Colina do R6, quer voltar outras vezes. Quem nunca foi não sabe o que está perdendo. Ou melhor, agora sabe!

*Artigo publicado no Jornal do Dia em 28 fev. 2009. Pg. 04.
** Professor de História das redes pública estadual (SEED) e municipal (SEMED/PMA).