21 de novembro de 2011

No Bairro Jabotiana: uma festa da cidadania

A concentração no conjunto Santa Lúcia

         Na manhã de 18 de novembro de 2011, aconteceu a 10ª edição da Caminhada Ecológica do Projeto “Construindo uma Jabotiana Saudável”. Uma iniciativa da Unidade de Saúde da Família “Manoel de Souza Pereira”. O evento contou com grande participação de moradores do Bairro Jabotiana - BJ de todas as idades, bem como de outras comunidades de Aracaju. Estimamos a presença de aproximadamente mil pessoas.
            A atuação mais marcante foi dos estudantes e professores das escolas públicas e particulares: EE “Manoel Franco Freire”, EE “Joaquim Vieira Sobral” e Colégio Recanto do Pequeno Príncipe.
Os profissionais técnicos e agentes comunitários de saúde da USF compareceram em quase sua totalidade. Também foram destaque na 10ª Caminhada Ecológica os participantes da Academia da Cidade, o Grupo da Terceira Idade, a garotada do CRAS do Largo da Aparecida, os membros do Conselho Local de Saúde, além de movimentos sociais e ambientais, a exemplo de diretores do Fórum de Defesa da Grande Aracaju – FDGA. Vale destacar também a presença de dezenas de estudantes universitários e de uma representação de trabalhadores do Instituto Espírita Humberto de Campos.
            Entre os integrantes da classe política, esteve presente o secretário da Saúde – SMS Silvio Santos e o vereador Dr. Emerson, autor do Projeto de Lei que criou o Dia do Rio Poxim. Ainda participaram representantes dos gabinetes dos deputados estaduais Francisco Gualberto e Ana Lúcia.
            A Sociedade Jabotiana Viva participou com alguns diretores e sócios conduzindo a faixa de caráter educativo “O Rio Poxim lhe devolve o que você faz por ele. Preserve-o”.
Vários meios de comunicação social fizeram divulgação do evento no dia anterior, enquanto outros realizaram a cobertura in loco. Agradecimentos especiais da Comissão Organizadora aos seguintes: Infonet, Jornal da Cidade, Cinform, Jornal do Dia e às emissoras TV Atalaia e Rádio FM Jornal. Gratos também às muitas ações individuais espontâneas de divulgação na internet (Facebook, Twitter, Orkut e MSM).
A Prefeitura de Aracaju, através de diversos órgãos (SMS, EMSURB e SMTT), apoiou decididamente o evento. Outros apoios importantes vieram da PETROBRAS, SESI, LIGA Engenharia e Colina da Saudade.  
Como em outras edições da Caminhada Ecológica, sentimos a falta de integrantes dos órgãos públicos ambientais.
            A 10ª Caminhada foi belíssima. A alegria e o colorido dos participantes desfilando pelas avenidas do BJ, numa bela manhã de sol, foram contagiantes. Uma verdadeira festa da cidadania.
            Além do caráter festivo e educativo, a Caminhada Ecológica do “último bairro verde de Aracaju” é uma resposta lúdica e eloquente daquela comunidade a toda sorte de agressões sofridas pelo meio ambiente natural e urbano local, decorridas do acelerado crescimento imobiliário e populacional sem levar em conta o impacto ambiental e de vizinhança. Tendo como consequências as sucessivas enchentes, a intensificação do trânsito, várias modalidades de poluição e a progressiva diluição da vida comunitária, tão característica naquele bairro. Enfim, uma resposta cidadã à queda da qualidade de vida.

Na avenida Cezartina Régis: nos conjuntos Sol Nascente/JK

Ao final: o canto do Hino Nacional

Integrantes da Sociedade Jabotiana Viva empunhando uma faixa de conteúdo educativo

            OBS: O crédito das fotos para uso público é Arquivo: Jabotiana Viva





14 de novembro de 2011

10ª Caminhada Ecológica

12 de novembro de 2011

A 10ª Caminhada Ecológica do Bairro Jabotiana

Caminhada Ecológica do B. Jabotiana de 2010 na concentração na Praça do Santa Lúcia

         Com o objetivo de mobilizar e conscientizar a população do Bairro Jabotiana - BJ e das adjacências, a coordenação do projeto “Construindo uma Jabotiana Saudável” da Unidade Básica de Saúde “Manoel de Souza Pereira”, está organizando a 10ª Caminhada Ecológica daquela localidade da Zona Oeste de Aracaju. O evento é a culminância das atividades anuais do referido projeto.
            Na reunião extraordinária do Conselho Local de Saúde para a organização da 10ª Caminhada Ecológica, que aconteceu naquela UBS na manhã de 09 de novembro (quarta feira), além dos Conselheiros, participaram diversos representantes das comunidades do BJ.
            A Comissão Organizadora informou que “90% das providências já foram encaminhadas” e pretende realizar a maior de todas as edições do evento, afinal “10 anos não são 10 dias”. Para isso está mobilizando as escolas públicas e privadas, grupos religiosos, de idosos, organizações sociais locais e todos os agentes de saúde da UBS. Todas as comunidades do BJ e interessados pela causa ambientalista estão convidados a participarem daquela verdadeira festa de cidadania.
            A 10ª Caminhada Ecológica do Bairro Jabotiana, o maior evento ambientalista comunitário de Aracaju, acontecerá no dia 18 de novembro, o Dia Municipal do Rio Poxim (Terceira sexta feira de novembro. Sobre o assunto ver a matéria “O Dia do Rio Poxim” neste blog).
A concentração será na praça da Igreja Católica do conjunto Santa Lúcia a partir das 7h, com a previsão de saída para as 8h. Como sempre, o percurso será a rua 15 e as avenidas Coronel Sizino da Rocha e Rio Poxim do Santa Lúcia, cruzando a ponte sobre o Rio Poxim e seguindo a avenida Enfermeira Cezartina Regis até a praça principal dos conjuntos Sol Nascente/JK. Naquela praça, os participantes cantarão o Hino Nacional e o Hino do Bairro Jabotiana.
            A 10ª Caminhada contará com o apoio oficial da Secretaria Municipal de Saúde, da SMTT e da EMSURB.
            A Sociedade Jabotiana Viva vem contribuindo na divulgação do evento nos meios de comunicação social, panfletando o convite entre os moradores e produzindo o cartaz. O nosso movimento ambientalista se fará presente na 10ª Caminhada Ecológica, com seus diretores, sócios e simpatizantes conduzindo uma faixa com um slogan sobre o Rio Poxim e empunhado a Bandeira de Sergipe.
            Participe! Você não pode ficar de fora. 


2 de novembro de 2011

Uma árvore: muita vida

Árvore envenenada da UBS “Manoel de Souza Pereira”

Enquanto várias lideranças e moradores do Bairro Jabotiana lutam para defender o verde que ainda resta naquela área da Zona Oeste de Aracaju, alguns outros desenvolvem atitude criminosa, provocando a matança de vegetais adultos.
Há algumas semanas, funcionários da UBS “Manoel de Souza Pereira” notaram que uma das árvores (um Jamelão ou Manjelão) que compõe a área verde daquela unidade, estava com suas folhas caindo. Perceberam que aquele vegetal foi alvo de “uma tentativa de assassinato”. Alguém entrou nas dependências da UBS e aplicou veneno no tronco e na raiz da árvore, chegando a afastar a terra de sua base e cortar pedaços do tronco para que a substância venenosa agisse de maneira mais eficiente. No local foi encontrado um frasco de desodorante com cheiro muito forte do veneno aplicado. Uma técnica da EMURB avaliou que dificilmente a árvore sobreviverá.
Os funcionários da UBS acreditam que, quem cometeu o ato devia está incomodado com o fato do vegetal ter cupim. “Poderíamos ter providenciado o tratamento contra o inseto e tudo seria resolvido”, afirmou uma das funcionárias.
“Mas é apenas uma árvore” poderiam questionar alguns. Entendemos que está em questão não é o fator quantitativo, mas o qualitativo. Ou seja, o significado da atitude: alguém se sente no direito de invadir uma repartição pública, que presta serviços inestimáveis à comunidade, com propósito deliberado de causar danos. Se a árvore estava provocando algum problema ao “ofendido”, porque o mesmo não procurou a direção da instituição e explicou a situação para que fossem tomadas medidas no sentido de resolver ou reverter o problema? Esta seria uma atitude sensata e cidadã. Mas optou-se por uma ação criminosa.
Lamentamos o fato, ao tempo em que somos solidários a todos os que fazem aquela UBS.
Uma informação: árvores renovam o ar, climatizam o ambiente, reconstituem a fauna, produzem frutos, diminuem a poeira e o barulho e embelezam qualquer ambiente.  Matar uma árvore é um crime contra a natureza e contra todos nós, os viventes deste tempo e do futuro.

6 de outubro de 2011

O MP do Meio Ambiente no Bairro Jabotiana

            Na manhã de 27 de setembro de 2011, ocorreu uma vistoria dos promotores do Ministério Público Estadual do Meio Ambiente ao Bairro Jabotiana - BJ, sendo convocados diversos órgãos públicos: Adema, Emsurb, Pelotão Ambiental, entre outros. Além de representantes de conselhos, funcionários da USF Manoel de Souza Pereira, o Conselho das Associações da Zona de Expansão - COMBAZE, moradores dos conjuntos Sol Nascente, JK e Santa Lúcia e equipes de reportagem do Jornal da Cidade e do Portal Infonet. A Sociedade Jabotiana Viva participou com um membro do Conselho Diretor e um sócio.
            Aquela força tarefa percorreu diversos pontos considerados críticos por moradores e representantes das entidades: manguezais do rio Poxim, Estrada da Jabotiana, lagoas do Areal e Doce, Colina do Reservatório 06 da Deso, manguezal aterrado do Parque das Mangueiras, vegetação das margens da estrada do Aloque e do rio Pitanga, terminando no Parque Chico Mendes (entre as escolas estaduais Manoel Franco Freire e Joaquim Vieira Sobral ao sul do conjunto JK.
            O MPE do Meio Ambiente produzirá um documento com suas impressões e os pareceres dos técnicos e representantes dos órgãos governamentais envolvidos. Quando será identificado e que é realmente crime ambiental e o que está na legalidade. As entidades e moradores do BJ fizeram a sua parte exercitando a cidadania e informando sobre as conseqüências das “supostas” agressões ao ambiente natural do bairro citado, entre as mais graves, a ocorrências de enchentes com mais freqüência, a diminuição da arborização e o aumento da poluição das águas.
  
Ameaças

            Com a grande repercussão da vistoria do MPE do Meio Ambiente, algum setor descontente isolado fez ameaças “sutis” a diretores da Sociedade Jabotiana Viva (na madrugada de 02 para 03 de out.) colocando fitas pretas (símbolo de luto) nas grades frontais de suas residências com recados irônicos em pequenos envelopes pretos colados às fitas.
            Naquele mesmo dia os diretores prestaram queixas na 1ª Delegacia Metropolitana e a partir do dia seguinte informaram sobre as ameaças e seus possíveis responsáveis às entidades envolvidas na vistoria de 27 de setembro, ao Conselho de Segurança do BJ e ao próprio MPE.
            Após a postagem desta matéria neste blog, informamos em mala direta (por e-mail) a centenas de moradores do BJ, ao Forum de Defesa da Grande Aracaju – FDGA, à Secretaria de Segurança Pública, a diversos gabinetes de parlamentares da Assembléia Legislativa e da Câmara de Vereadores de Aracaju, à Presidência do Tribunal de Justiça, a órgãos da Comunicação Social e ao Gabinete do Governador do Estado. A notícia também está sendo veiculada em redes sociais da internet através de entidades afins, as quais agradecemos pela solidariedade.
            Se um dos objetivos das ameaças era o de nos paralisar, o efeito foi o contrário. Denunciamos amplamente o fato e solicitamos das autoridades constituídas que esses fatos lamentáveis sejam esclarecidos e seu(s) responsável(is) seja(m) identificado(s) e responda(m) pelos seus atos. A lista de suspeitos é bem pequena.
     

12 de setembro de 2011

“Bota Fora”, combate à dengue e educação ambiental no Bairro Jabotiana


            No dia 02 de setembro (sexta feira), aconteceu mais uma atividade do projeto “Construindo uma Jabotiana Saudável” promovida pela USF Manoel de Souza Pereira, através dos seus profissionais (assistente social, enfermeira, agentes comunitários de saúde e agentes de endemias) em parceria com a Empresa de Serviços Urbanos – EMSURB. A ação constituiu-se na retirada de móveis velhos, pneus e lixo acumulado nos fundos dos quintais das residências da Rua Estrada da Cabrita e nas margens do rio Poxim. Além da ação efetiva de combate ao mosquito transmissor da dengue.
            Em apenas um quintal de uma das residências foi retirado, pela equipe da EMSURB, um caminhão de entulhos. Foi necessário mais de um dia para que todo o trabalho fosse concluído.
            A assistente social Maria Neire, coordenadora do projeto, nos informou que o sucesso da ação foi resultado do empenho dos profissionais envolvidos e da participação da comunidade. Informou também que, antecedendo o bota-fora, foi realizada uma reunião comunitária no dia 23 de agosto com o tema “A Comunidade e o Rio”, com o objetivo sensibilizar os moradores daquela área para o cuidado com o ambiente no qual vivem, estimulando-os a refletirem sobre as questões relacionadas à saúde num enfoque cultural e socioambiental.
            A culminância do projeto “Construíndo uma Jabotiana Saudável”, em 2011, será a 10ª Caminhada Ecológica do Bairro Jabotiana, que acontecerá no dia 18 de novembro, ou seja, no “Dia do Rio Poxim” (na terceira sexta feira daquele mês). Desde já, toda a comunidade do bairro e além fronteiras está convidada. Vai ser uma grande festa e uma ação cidadã coletiva em defesa da saúde e do meio ambiente sustentável no “último bairro verde de Aracaju”. 


13 de agosto de 2011

A arborização do Bairro Jabotiana

Aspecto da arborização da Praça Principal dos conjuntos Sol Nascente/JK

Arborização, neste artigo, é o conjunto das áreas verdes de uso público na área urbana. Ou seja, árvores plantadas em calçadas e canteiros de avenidas, parques e praças.
A arborização é de importância vital para as cidades, pois evita a formação de “ilhas de calor”, climatizando o ambiente, diminui a poluição, reduz o barulho urbano, melhora a qualidade do ar, embeleza e proporciona espaços de lazer.
Em uma eleição na revista Reader’s Digest, entre 140 países pesquisados, a Finlândia foi considerado o país mais arborizado do mundo. O Brasil ficou na 40ª colocação, abaixo de quase todos os países da Europa. Enquanto Estocolmo, capital da Suécia, foi eleita a cidade mais arborizada do planeta, das 72 pesquisadas. Curitiba é a 54ª e Pequim (China) a última colocada [ “Finlândia é o país mais ‘verde’ do mundo; Brasil é o 40º”. Folha de São Paulo. 20 set. 2007. Caderno Ambiente ].
Por enquanto, o Jabotiana é “o último bairro verde de Aracaju”, apesar do avanço descontrolado da construção civil, contando com milhares de domicílios em dezenas de novos condomínios, impermeabilizando o solo, aumentando a produção de dejetos líquidos e devastando a vegetação original.
Mesmo assim, ainda possui uma paisagem privilegiada. É banhado pelo rio Poxim, por riachos afluentes a esse e por duas lagoas: Areal (ou Jabotiana) e Doce. Possui manguezais exuberantes nas margens desses corpos d’água, mata atlântica nas margens da estrada de acesso ao povoado Aloque, matagais, vegetação aquática nos brejos, colinas de barreiros vermelhos, além de sítios de coqueiros e pomares de mangueiras.
Mesmo na malha urbana (avenidas, ruas e praças), o verde destaca-se na paisagem. Em um único canteiro da rua João Leal Soares (Antiga Rua 43), em um dos trechos da divisão entre os conjuntos Sol Nascente e JK, próximo à Escola Estadual Joaquim Vieira Sobral, existe 24 árvores; na minúscula Praça Ariel Rabelo, entre a  avenida Cezartina Régis e o condomínio Belo Horizonte são 10 árvores; nos canteiros daquela avenida, de aproximadamente 800 metros de extensão, da praça Ariel Rabelo até próximo à ponte que une os conjuntos Sol Nascente/JK ao Santa Lúcia, são 110 árvores plantadas; na praça José Atanásio do Nascimento, no conjunto Sol Nascente, entre as ruas Major João Teles e Patrulheiro G. de Andrade, são 34 vegetais superiores; a grande praça dos conjuntos Sol Nascente/JK, apesar da existência de um grande número de construções dentro do seu perímetro: a sede da associação de moradores, o complexo da sede paroquial, uma quadra poliesportiva, um campo de futebol de areia, seis quiosques, um restaurante, um caramanchão de concreto (sem plantas) e calçadas e passeios exageradamente largos, existem mais de 140 árvores entre adultas e pequenas (não contamos os arbustos: vegetais que não ultrapassam dois metros de altura); no canteiro central da avenida João Ouro estão plantados 24 coqueiros; a nova praça Antônio Teixeira, paralela à avenida João Ouro ao norte do Sol Nascente, construída pela Norcon na entrada dos condomínios Canto Belo e Reserva das Flores, entre árvores e palmeiras existem nove; na margem direita do rio Poxim, no conjunto Santa Lúcia, na praça Iselte Fernandes Azevedo, são 172 árvores; na Praça Principal (da Igreja de Santa Lúcia), estão plantadas 50 árvores; nos canteiros que margeiam o canal  da avenida Cel. Sizino da Rocha  elas são 131. No geral, a arborização das praças e canteiros do Jabotiana ultrapassa o número expressivo de 700 exemplares.
As espécies mais comuns da arborização daquele bairro são: amêndoa, mata-fome, mangueira, fícus, aroeira, cajueiro, eucalipto, nim, flamboyant, pinheiro casuarina, e várias espécies de palmeiras, principalmente o  coqueiro (que a Botânica não considera árvores). 
Como vivemos no país dos contrastes, aquela área da zona oeste de Aracaju não é diferente. Em determinados condomínios, com milhares de metros quadrados construídos, praticamente não existem áreas verdes, não obstante os mesmos terem nomes “ambientalmente corretos”. Você mesmo, caro leitor, pode tirar suas conclusões observando imagens de satélite da zona oeste de Aracaju na internet (Google Earth). Na comunidade Largo da Aparecida, não existe uma única praça, logo, nenhuma árvore em espaço público.
Concluímos que o Jabotiana é um bairro bem arborizado, fazendo jus ao jargão “o último bairro verde de Aracaju”. Citamos alguns fatores que favorecem essa tendência: a manutenção de vários exemplares arbóreos nativos da área quando da construção dos conjuntos residenciais Sol Nascente, JK e Santa Lúcia; o desenvolvimento do projeto educativo/afirmativo “Construíndo uma Jabotiana Saudável” da USF “Manoel de Souza Pereira”; o trabalho didático conscientizador das escolas públicas e privadas; a iniciativa de alguns moradores em plantarem ou adotarem árvores nos logradouros citados; a política de arborização da Prefeitura de Aracaju; o trabalho intransigente da Sociedade Jabotiana Viva (movimento ambientalista) na preservação daquelas áreas verdes urbanas e naturais.
A qualidade de vida de um bairro ou de uma cidade, passa necessariamente pelo esforço e pela prática cidadã de muitos atores sociais. Que o exemplo exposto aqui, sirva de modelo e de inspiração. Mas não nos iludamos, as ameaças ao verde exuberante e às águas do Bairro Jabotiana é um “fantasma” que ronda dia e noite.
Aspecto da arborização da pç. Iselte Fernandes Azevedo no conjunto Santa Lúcia

Aspecto da arborização dos canteiros da av. Cel. Sizino da Rocha no conjunto Santa Lúcia






26 de julho de 2011

Levantamento dos Problemas Ambientais do Bairro Jabotiana e Propostas de Desenvolvimento Ordenado

Participantes da Reunião Pública debatendo os problemas ambientais do Bairro Jabotiana

             No dia 22 de julho de 2011 as 9 horas, no Salão Paroquial da Igreja Sagrada Família, localizado na praça Principal dos conjunto Sol Nascente/JK, aconteceu uma Reunião Pública com o tema “Levantamento dos Problemas Ambientais do Bairro Jabotiana e Propostas de Desenvolvimento Ordenado”.  A iniciativa da realização do evento foi da Justiça Federal e do Conselho das Associações de Moradores da Zona de Expansão de Aracaju.       
A Reunião Pública foi articulada e organizada pelo Conselho Diretor da Sociedade Jabotiana Viva e conduzida por Karina Drummond, presidenta do Conselho das Associações de Moradores da Zona de Expansão. Participaram do evento, além dos citados acima, alguns membros do Conselho Local de Saúde, agentes da USF “Manoel de Souza Pereira”, membros da Diretoria do Forum de Defesa da Grande Aracaju - FDGA, estudantes universitárias, um representante do Movimento Popular Ecológico – MOPEC, outro da Associação de Moradores dos Conjuntos Sol Nascente/JK e alguns moradores do Bairro Jabotiana - BJ, totalizando 28 pessoas.
            Vários participantes fizeram uso da palavra e enfatizaram os problemas ambientais do Bairro Jabotiana, a exemplo das enchentes agravadas pela devastação das matas ciliares do rio Poxim e de seus afluentes, além do crescimento descontrolado da construção civil, aumentando as áreas de solo impermeável e aterrando antigas vazantes daquele rio, tendo como consequência diminuição da qualidade de vida dos moradores através do encolhimento das áreas verdes e da intensificação do trânsito. Membros do Conselho Diretor da Sociedade Jabotiana Viva informaram que fizeram denuncias sobre crimes ambientais ocorridos no BJ à Delegacia do Meio Ambiente, ao Pelotão de Polícia Ambiental da PM, ao MP Estadual e nos meios de comunicação social, além de terem transmitido informações sobre futuros empreendimentos imobiliários no BJ e adjacências. Diretores do FDGA defenderam que as construtoras e as imobiliárias só pensam exclusivamente no lucro e não no meio ambiente e nos moradores, incluindo os residentes em seus condomínios. Ainda argumentaram que as entidades do bairro citado devem acompanhar e proporem sobre a reforma do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Aracaju - PDDU, pois sem a mobilização popular, o novo PDDU poderá beneficiar os interesses do capital e acelerar o caos urbano em Aracaju. Funcionárias da USF “Manoel de Souza Pereira” discorreram sobre ações educativas e afirmativas do projeto “Construindo uma Jabotiana Saudável”, que está completando 10 anos de atividades, além de terem acrescentado informações sobre os problemas ambientais do BJ.
            A Reunião Pública foi concluída com a palavra de Karina Drummond, que disse está muito feliz com a realização do evento e seguida apresentou as seguintes propostas: A criação de um conselho de meio ambiente e desenvolvimento ordenado para o BJ, com visão ampla no entendimento da problemática ambiental, envolvendo saúde, educação, segurança, trânsito, entre outros aspectos; o referido conselho deverá encaminhar os problemas ambientais em nível judicial, via Ministério Público Federal e Ação Civil Pública; deverá ter força política, comprometendo a Câmara Municipal de Aracaju e a Assembléia Legislativa; articular-se em bloco com a Associação da Zona de Expansão objetivando ações conjuntas; possuir um perfil de independência com relação ao poderes político e econômico; ter como uma das bandeiras de luta a criação de uma secretaria municipal de meio ambiente atuante.
            As propostas foram enriquecidas e aprovas pelos presentes que, em seguida, marcaram a próxima reunião para o dia 12 de agosto (uma sexta feira) no mesmo horário e local, quando darão os encaminhamentos das propostas apresentadas.

30 de maio de 2011

As águas de maio no Bairro Jabotiana

O canal e as pistas da avenida Cel. Sizino da Rocha, no Santa Lúcia, completamente alagados

Em um único dia, 24 de maio, as chuvas torrenciais que caíram sobre Aracaju, foram na média para aquele mês inteiro. O aguaceiro causou transtornos enormes e por toda a parte.
            No Bairro Jabotiana o efeito foi retardado, em função das fortes chuvas terem caído também no interior, na área geográfica da sub-bacia do rio Poxim, nos municípios de Areia Branca, Itaporanga, São Cristóvão e Socorro. O volume de água excessivo foi trazido pelo leito do rio na madrugada e na manhã seguinte(dia 25). O Poxim transbordou e invadiu avenidas, ruas, casas e terrenos das áreas mais baixas dos conjuntos residenciais Sol Nascente, JK e Santa Lúcia, além de ter mantido “ilhados” vários condomínios. Enquanto na maior parte da cidade a água foi drenada em poucas horas, o Jabotiana ficou inundado até a quinta feira (26 de maio).
            É verdade que ninguém por aqui é culpado pelas chuvas em excesso, por se tratar de um fenômeno de alteração climática no Atlântico e na atmosfera. Não se tinha como evitar a enchente, contudo, seus efeitos poderiam ter sido minimizados, se não ocorresse tantas agressões ao meio ambiente natural no bairro citado, que se tornou uma segunda zona de expansão da cidade, com a construção civil avançando célere e descontrolada na direção do município de São Cristóvão.
Em outros artigos neste blog [jabotianaviva.blogspot.com] e na imprensa local, já fizemos alertas sobre os fatores potencializadores de enchentes no Bairro Jabotiana: a devastação dos manguezais ciliares do Poxim; o aumento do despejo de resíduos líquidos (água de esgotos) no rio; os aterros gigantescos dos alagadiços para onde as águas em excesso vazavam; depósitos clandestinos e criminosos de cascalho; e a impermeabilização gigantesca do solo com concreto, paralelepípedo e asfalto.
De 2007 para cá foram construídos e inaugurados dezenas de condomínios de casas e prédios no Jabotiana e nas proximidades, em um estilo de construção civil predador, que não respeita o meio ambiente natural do “último bairro verde de Aracaju”. Agora em 2011, não deu outra. Como em todos os anos anteriores: mais uma enchente.
            Neste episódio das águas de maio, Assistimos moradores apreensivos, na iminência de verem suas residências invadidas pelas águas, outros aflitos, por suas casas já estarem alagadas na madrugada angustiante de 24 para 25 de maio. 
A seguir, alguns depoimentos dolorosos de moradores nas conversas de esquina: “Não agüento mais trocar os móveis e equipamentos de minha casa”; “Minha mulher quer ir embora daqui”; “Saí de casa, de madrugada, carregando minha filha de 15 anos nos ombros e deixei tudo para trás”; “É horrível acordar de madrugada com a água invadindo a sua casa”; “Já tomei vários banhos hoje e ainda estou fedendo a esgoto”.
            Assistimos caminhões guinchos transportando vários carros para oficinas com os motores “engasgados” pela água.
A Escola Estadual “Manoel Franco Freire” (no Conjunto JK) talvez seja a unidade de ensino sergipana que mais sofreu enchentes e teve que deixar, mais uma vez, suas centenas de alunos sem aula, por causa do problema.
            Quando as águas baixaram na quinta feira, o problema não acabou. A lama mal cheirosa cobria tudo: ruas, calçadas e as residências. Temos que levar em conta os efeitos “invisíveis” em médio prazo, a exemplo de doenças de pele, de contaminações por ações de bactérias e fungos agressivos, entre outros perigos à saúde humana.
            A previsão meteorológica não é animadora: neste inverno poderá chover no litoral sergipano, Aracaju no meio, 45% a mais que a média histórica.
            Caros leitores, como a ironia é a defesa dos fracos, temos uma sugestão: comecemos a pensar na compra de canoas, lanchas e caiaques como meios de transportes alternativos.
            Falando sério. O poder público precisa promover políticas sustentáveis enérgicas e decisivas no Bairro Jabotiana, não obstante à pressão dos interesses econômicos de uma minoria que destroi coisas belas. Ou pagarão o preço da incredibilidade geral.

Rua Antônio Dorea da Silva invadida pelas águas do Poxim no Conjunto JK


Ruas de acesso aos novos condomínios ao oeste do Conjunto Santa Lúcia, tomadas pela água




21 de maio de 2011

A Audiência Pública do MP no Bairro Jabotiana

Diretores da Sociedade Jabotiana Viva conferenciando com o procurador Gilton Feitosa

O dia 20 de maio de 2011 foi histórico para o Bairro Jabotiana - BJ. Ali foi realizado o 1º Censo Social do Ministério Público do Estado de Sergipe e uma Audiência Pública com os procuradores. O evento aconteceu na EE “Manoel Franco Freire” (Conjunto JK).
            A solenidade de abertura do evento, promovido pelo MP Estadual, contou com a participação de diversas autoridades, lideranças e moradores do BJ. A Sociedade Jabotiana Viva esteve representada pelo presidente Jorge Moreira e pelo secretário Antônio Wanderley.
Durante a Audiência Pública, os dois diretores foram recebidos pelo procurador do Meio Ambiente Gilton Feitosa. Eles relataram as agressões ao meio ambiente no BJ, dando destaque ao crescimento descontrolado e predador da construção civil; as agressões e devastações aos manguezais e à mata atlântica das margens da estrada do Aloque; à poluição e enchentes do rio Poxim; aos incêndios provocados por pessoas inescrupulosas; aos aterros e depósitos de cascalho criminosos nas áreas verdes e nas águas (rio Poxim,  lagoa Jabotiana ou Areal e  lagoa Doce), entre outros.
Informaram também sobre os trabalhos e denúncias que realizaram nos últimos anos e sobre o Projeto “Construindo uma Jabotiana Saudável” realizado pela USF “Manoel de Souza Pereira”. Finalizaram entregando um dossiê ao procurador, contendo todas as edições do nosso informativo impresso “Jabotiana Viva”, recortes de artigos e reportagens denúncias, e cópias de documentos oficiais, além de um CD com mais de 600 fotos registrando os problemas ambientais sofridos pelo bairro.
            O procurador Gilton Feitosa falou que estava ciente de algumas dessas agressões, que conhecia bem o BJ, pois já fora morador do conjunto JK, e que achou muito importante o mesmo possuir movimento ambientalista. Lamentou o fato de a PMA não possuir um órgão ambientalista. Informou que vem tendo sucessivas reuniões com o secretário do Meio Ambiente Genival Nunes e revelou que ambos estão muito preocupados com os problemas ambientais do BJ. Por fim apresentou uma lista longa de denúncias, encaminhamentos e de ações do MP Estadual do Meio Ambiente junto a órgãos públicos, empresas e instituições que atuam no bairro.
            A Audiência terminou com trocas de contatos, num clima de extrema cordialidade e de sinceridade de ambas as partes.
            No entendimento do nosso Conselho Diretor, a ocorrência do 1º Censo Social e da Audiência Pública in loco no BJ, é uma consequência de todo um trabalho realizado por instituições e pessoas comprometidas com a cidadania e a verdadeira qualidade de vida no bairro, as freqüentes denuncias dos meios de comunicação social e as características ímpares do “último bairro verde de Aracaju”. Situações que sensibilizaram a instituição encarregada da defesa da legalidade e dos interesses do povo sergipano.
            Contatos do MP Estadual do Meio Ambiente. Fone: 3216 2400; e-mail: meioambiente@mp.se.gov.br

Aspecto da área externa da EE “Manoel Franco Freire” onde aconteceu a Audiência Pública


13 de maio de 2011

Dia do Rio Poxim

 Trecho do Rio Poxim no Bairro Jabotiana

A Câmara Municipal de Aracaju promulgou a Lei 4008 em 20 de janeiro de 2011 e sancionada pelo Executivo Municipal. O Projeto foi autoria do vereador Dr. Emerson, que inclui no Calendário Oficial do Município de Aracaju o Dia Municipal em Defesa da Sub-bacia do Rio Poxim no Território de Aracaju.
A iniciativa daquele parlamentar municipal foi apoiada pelo Conselho Local de Saúde do Bairro Jabotiana, na sua reunião ordinária de 24 de setembro de 2010.
A justificativa do Projeto foi a seguinte: “A tendência mundial é a preocupação com o meio ambiente. O controle da poluição e outras agressões  aos rios vem sendo discutido nos movimentos sociais (Projeto Construindo uma  Jabotiana Saudável), como também, nas políticas públicas. Visa este projeto estabelecer o Dia Municipal em Defesa da Sub-bacia do Rio Poxim na Área do Município de Aracaju, motivo pelo qual esperamos contar com o apoio dos nobres vereadores para aprovação da matéria”.
            A Lei determina que a data comemorativa em Defesa do Rio Poxim será sempre na terceira sexta feira de novembro de cada ano. A escolha desse dia foi em decorrência da IX Caminhada Ecológica do Bairro Jabotiana (drenado pelo rio Poxim), o maior evento ambientalista comunitário de Aracaju. A Caminhada é a culminância anual do projeto “Construindo uma Jabotiana Saudável” da USF “Manoel de Souza Pereira”.
            Uma vez instituído o Dia Municipal em Defesa da Sub-bacia do Rio Poxim, a municipalidade se compromete oficialmente em apoiar eventos e projetos que venham a promover a preservação do meio ambiente natural daquela sub-bacia, no território do município de Aracaju.





23 de abril de 2011

Caracterização do Bairro Jabotiana


Localização
            O Bairro Jabotiana - BJ localiza-se na zona oeste de Aracaju. Seus limites são: ao norte a avenida Marechal Rondon(limite com o Bairro Capucho); ao sul o canal Grageru, o rio Poxim e a ferrovia(limite com os bairros Inácio Barbosa e São Conrado) ; ao oeste a linha imaginária da fronteira com o município de São Cristóvão; a leste a avenida Tancredo Neves (limite com os bairros América e Ponto Novo).

Comunidades
Conjuntos residenciais Sol Nascente, JK e Santa Lúcia (e anexos); Comunidades Rua Estrada da Jabotiana ou “Jabotianinha” e Largo da Aparecida; Loteamento Jardim dos Coqueiros (margem esquerda da estrada do Aloque).
Condomínios da margem esquerda (leste) do rio Poxim: Belo Horizonte (contiguo ao conjunto Sol Nascente); Canto Belo, Reserva das Flores, Parque das Serras e Encantos do Bosque (avenida João Ouro – norte do Sol Nascente).
Condomínios da margem direita (oeste) do rio Poxim: do PAR (Vila Vitória, Vila Velha, Bela Vista, Santa Fé); Residencial Rio Poxim, José Rosa de Oliveira e Montserrat.
Condomínios ao oeste do conjunto Santa Lúcia: Residencial Vitória Régia, Resd. Santa Lúcia, Resd. Terra do Sol, Parque das Fontes e Villa Viver.
Condomínios (em construção) paralelos à avenida Tancredo Neves, entre o Largo da Aparecida e a Faculdade Pio X.
Das adjacências (no Município de São Cristóvão): Povoado Aloque e Loteamento Parque das Mangueiras.

População
            De acordo com o Censo do IBGE, em 1991, a população do BJ era de 7.051 pessoas, sendo 3.374 homens e 3.677 mulheres. Em 2000, a população era de 9.713 pessoas, sendo 4.600 homens e 5.113 mulheres. O número de domicílios particulares era de 2.315. O IBGE ainda não disponibilizou dados populacionais do Censo 2010, das capitais, por bairros em seu site.

Ocorrências Naturais - Águas
Rios: Poxim e Pitanga; Riachos: Xoxota, Grageru e Samambaia;
Lagoas: Doce e Areal;
Brejos e alagadiços do oeste do conjunto Santa Lúcia; do Loteamento Jardim dos Coqueiros; do Loteamento Parque das Mangueiras

Ocorrências Naturais - Vegetação
Manguezal do vale do rio Poxim, de seus riachos afluentes e do entorno da Lagoa Jabotiana ou Areal;
Mata Atlântica das margens da estrada do Povoado Aloque;
Vegetação aquática dos brejos e alagadiços ao noroeste do conjunto Santa Lúcia.

Fontes de pesquisa:
Slides “Jabotiana: o último bairro verde de Aracaju” produzido pelo Conselho Diretor da Sociedade Jabotiana Viva.
Aracaju: Mapa Municipal Oficial. Aracaju: SEPLAN/Prefeitura Municipal de Aracaju, 2004.
Maps/Google – 2010.
IBGE, 2010.


22 de março de 2011

A fauna do Bairro Jabotiana

Saguim no manguezal do Canal Grageru no Bairro Jabotiana

            Aracaju já possui áreas extensas de urbanização sufocante, entretanto, na zona oeste do município, mais precisamente no Bairro Jabotiana, o “ultimo bairro verde de Aracaju”, há várias ocorrências de corpos d’água: o rio Poxim, riachos afluentes e duas lagoas. E onde existem águas, também ocorre vegetação, os seguintes biomas: manguezal, mata atlântica e a flora aquática dos brejos ou alagadiços.
Essas ocorrências naturais guardam uma rica fauna, apesar da gradativa extinção em função do avanço descontrolado da construção civil predadora.
            Fauna é o termo coletivo para a vida animal de uma determinada região ou período de tempo. Coleção de animais tipicamente encontrada em um período específico ou lugar, a exemplo de “Fauna da Caatinga”.
Mamíferos e répteis de várias espécies, além de pássaros, existem em profusão nos manguezais das margens do rio Poxim, do canal Grageru e de outros afluentes daquele rio, e da Lagoa do Areal (antiga Lagoa Jabotiana) e na mata atlântica remanescente entre o conjunto Santa Lúcia e o povoado Aloque: são cutias, raposas, saruês, sagüins, teiús, camaleões, cobras verdes, cágados d’água, corujas, morcegos, várias espécies de pássaros, peixes e crustáceos.
Vigilantes noturnos, que percorrem as ruas marginais dos conjuntos residenciais Sol Nascente, JK e Santa Lúcia nas altas horas da madrugada, vêem raposas e saruês, saírem dos manguezais do rio Poxim e do canal Grageru e ganharem as ruas na busca por alimentos.
Moradores do povoado Aloque que estudam ou trabalham em Aracaju e trafegam à noite, a pé ou de bicicleta, pela estrada de acesso àquela comunidade, nos informam que cruzam com raposas, guaxinins e cutias com muita freqüência.
Antigos pescadores nos falaram da existência de camarão, siri, caranguejo, tilápia, tainha e bagre em abundância nas águas do Poxim e de seus “canais” afluentes. Hoje essas espécies são raras naqueles corpos d’água. Ocorrendo com mais frequência apenas o bagre e o goré.  
No rio Pitanga, afluente do Poxim, habitantes do Aloque ainda pescam xaréu, piau, carapeba, robalo, tilápia e camarão, entre outras espécies.
Moradores antigos da Rua Jabotianinha, a mais antiga comunidade do bairro, lembram que, na Lagoa Jabotiana ou Lagoa do Areal já existiu jacarés.
Até o início do século passado, existia ali uma localidade denominada “Mondé da Onça”, próxima da linha imaginária divisória dos municípios de Aracaju/São Cristóvão, em algum ponto entre a Colina do Reservatório R6 da DESO e a Lagoa Jabotianal [ ver BARRETO, Luiz Antônio. Dicionário de Nomes e Denominações de Aracaju. Aracaju,2002. Pgs 166 e 173 ]. Mondé é um topônimo de origem tupi que significa escondirijo, toca. Designando, portanto, uma toca de onça.
Moradores do conjunto Santa Lúcia nos lembram que, em 2007 quando da devastação da vegetação e das árvores frutíferas dos terrenos alagadiços ao noroeste daquele conjunto, para a feitura do aterro para a construção dos condomínios Residencial Vitória Régia, Santa Lúcia, Terra do Sol e Parque das Fontes, muitos pássaros e sagüins “invadiram” as residências daquela comunidade, principalmente as que possuíam árvores frondosas.
A extinção da fauna original naquela área é gradual, motivada pelos seguintes fatores: poluição do rio Poxim e dos seus afluentes, devastação dos manguezais em função do avanço descontrolado da construção civil e o encolhimento da mata atlântica do entorno do povoado Aloque.
O que restou da fauna original dos matagais e matas, em meio ao desespero da sobrevivência, migrou para os manguezais, um novo habitat que não era característico de várias espécies, que tiveram que se adaptar.
Várias espécies de pássaros tiveram comportamento semelhante. Com o crescimento acelerado da malha urbana no Bairro Jabotiana, tentam sobreviver no ambiente humano, ou seja, nas árvores das praças, dos canteiros das avenidas e dos jardins e quintais das residências. Daí assistirmos a presença constante de rolinhas, pardais, beija-flores, bem-te-vis, lavandeiras, quero-queros e corujas, além de morcegos, povoando a cidade.
Para que todas essas manifestações da natureza não se transformem e simples memórias do passado no futuro próximo, concluímos com a sugestão de sempre: a criação de uma reserva ou parque ecológico estadual delimitando claramente as áreas a serem preservadas e com as funções de preservação, pesquisa, educação e lazer.

Artigo do nosso Primeiro Secretário Antônio Wanderley publicado no Jornal do Dia (Aracaju) em 16 mar. 2011. 


21 de fevereiro de 2011

Rio Poxim: revitalização já!


               Após a denúncia dos nossos sócios e diretores, sobre a poluição que tornou a água do Rio Poxim tingida de verde, nos órgãos de comunicação social locais e na internet, a Administração Estadual do Meio Ambiente - ADEMA fez estudo físico, químico e bacteriológico da qualidade da água daquele rio. Os técnicos fizeram análise da temperatura, o PH e o índice de oxigênio da água coletada. O resultado foi assustador. Detectaram grande quantidade de coliformes fecais, nitrogênio amoniacal e de fosfato. Este último, um nutriente para algas e bactérias que, em função da abundância de alimento, proliferaram em desequilíbrio ao ponto de tingirem o Poxim de verde.
            Quanto ao índice de coliformes fecais, segundo a pesquisa, é 22 vêzes superior ao limite tolerável de 1000 coliformes por 100 ml de água. O índice foi de 22.000 coliformes por 100 ml de água. Fator que aumentou vertiginosamente os índices de nitrogênio amoniacal e de fosfato.
            Os estudiosos daquele órgão concluíram que a poluição é orgânica, de esgoto doméstico clandestino no Bairro Jabotiana, ou seja, de dejetos canalizados para a rede de esgotos sem passar pela decantação de fossa sanitária.
            Ao dar a notícia preocupante, o presidente da ADEMA Genival Nunes falou da dificuldade em encontrar o/os responsável/eis pelo/os esgoto/os clandestino/os.
            No entendimento do Conselho Diretor da Sociedade Jabotiana Viva, a solução definitiva para os altos níveis de poluição do rio Poxim e seus afluentes é a revitalização imediata daquela sub-bacia, através do tratamento sistemático dos esgotos domésticos e industriais através da criação de uma estação de tratamento de esgotos - ETE; o controle rigoroso da preservação das matas ciliares, sobretudo de seus manguezais; campanha educativa em larga escala e punições exemplares para os poluidores de suas águas e devastadores das matas ciliares, como determina a Lei de Crimes Ambientais.   


16 de fevereiro de 2011

Rio Poxim tingido por mancha verde

Água do rio Poxim tingida de verde embaixo da ponte Sol Nascente – Santa Lúcia

              O Rio Poxim é considerado o mais poluído de Sergipe. Como se não bastasse esse “título” nada honroso, na manhã de 12 de fevereiro de 2011[sábado], dois sócios do nosso movimento, enquanto faziam caminhada matinal, foram surpreendidos com uma coloração estranha das águas daquele rio, nas proximidades da ponte que liga os conjuntos Sol Nascente/JK ao conjunto Santa Lúcia. De imediato, um deles ligou para a Polícia Ambiental e para o plantão da TV Sergipe.
Naquela mesma manhã a emissora enviou uma equipe de reportagem para o local, entrevistou um dos nossos sócios Antônio Carlos, e a matéria foi ao ar no telejornal SE TV 1ª Edição daquele mesmo dia, com o título “Mancha verde aparece nas águas do Rio Poxim” [ver no portal emsergipe.com/SE TV 1ª Edição/12 fev.2011].
Ao serem informados do ocorrido, ainda na manhã de 12 de fevereiro, membros do Conselho Diretor da Sociedade Jabotiana Viva percorreram todo o trecho do Poxim no Bairro Jabotiana e, estarrecidos, presenciaram em toda aquela extensão do rio, suas águas completamente tingidas de verde escuro. Ao se aproximarem da margem esquerda [no fundo da sede da Polícia Comunitária], perceberam que se tratava de partículas minúsculas, como se fosse um “pó” verde cobrindo quase toda a superfície da água.
            Horas depois, a Polícia Ambiental fez coleta da água do Poxim tingida de verde, no sentido de levar a amostra para a ADEMA identificar a substância.
            Esperamos que as autoridades competentes investiguem com rigor e, caso se trate de substância química ou mesmo orgânica poluente, que os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a Lei de Crimes Ambientais.

8 de fevereiro de 2011

O que é Educação Ambiental

 Grupo de estudantes da EMEF “Alencar Cardoso” (SEMED/Aracaju) em excursão pedagógica ao manguezal do rio Poxim no Bairro Jabotiana

Concepções e conceitos
Para que ocorra a Educação Ambiental - EA é necessário conhecer as concepções de Meio Ambiente das pessoas envolvidas na atividade.
Existe confusão entre os conceitos de Ecologia e Meio Ambiente. Ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o seu ambiente físico e natural. O ecólogo é o estudioso e o ecologista é o militante político. Meio Ambiente é um local determinado onde estão as relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais, gerando transformações na natureza e na sociedade.

Características básicas
A grande causa do problema ambiental é o consumo excessivo de recursos naturais por uma pequena parcela da humanidade e no desperdício e produção de artigos inúteis e nefastos à qualidade de vida.
O que deve ser priorizado são as relações econômicas e culturais entre a humanidade e a natureza e entre os humanos.
A necessidade da EA enquanto educação política: torna o cidadão reflexivo, ativo e muda seu comportamento cotidiano. Ele/a passa a exigir justiça social, cidadania planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza. Ele/a questiona as opções políticas e culturais atuais. Somente apóia o crescimento econômico que não seja nocivo ao ser humano e ao planeta.
A EA é necessariamente criativa, inovadora e crítica, impregnada da utopia de mudar radicalmente as relações entre a humanidade e a natureza.
A EA contribui para o “pensar no global e o agir no local”: Incentiva o individuo a participar ativamente da resolução dos problemas no seu contexto específico. É o cidadão do mundo atuando em sua comunidade.
A EA por si só não resolverá os complexos problemas ambientais planetários, mas influi decisivamente para isso. O pensamento global e a ação no local provocam mudanças no sistema (sem resultados imediatos e visíveis). O problema ambiental foi criado pela humanidade e é dela que virá a solução.

Onde e quando
A EA deve estar presente em todos os espaços que educam o/a cidadão/ã: escolas (em todas as disciplinas, com criatividade, enfatizando o ambiente onde o aluno vive e estudando in loco), universidades (formação de profissionais), reservas e parques ecológicos (preservar e pesquisar fauna e flora), sindicatos (condições de trabalho, insalubridade e segurança), associações comunitárias (problemas ambientais cotidianos), meios de comunicação social (conscientização da população). Em cada um desses contextos tem características, especificidades e interesses.
Não há limite de idade para o estudante, porque tem um caráter de educação permanente e dinâmica. Seu conteúdo e metodologia são variados, adequados às faixas etárias dos educandos.

Objetivos
            Segunda a Carta de Belgrado (1975), os objetivos da EA são seis:
1.    Conscientização – Sobre o meio ambiente global e os problemas conexos e de se mostrarem sensíveis aos mesmos;
2.    Conhecimento – Adquirir compreensão essencial do meio ambiente global, os problemas ligados a ele e a responsabilidade de cada um;
3.    Comportamento – Adquirir interesse profundo pelo meio ambiente e a vontade de contribuir para a sua proteção e qualidade;  
4.    Competência – Buscar adquirir meios técnicos com a ajuda de especialistas e conhecedores do problema;
5.    Capacidade de Avaliação – Avaliar medidas relacionadas ao meio ambiente, decifrando a linguagem dos projetos de risco ambiental;
6.    Participação – Necessidade de ação imediata para a solução dos problemas, participar na construção da cidadania.


Conteúdos
            São vários os conteúdos da EA, tais como: saneamento básico, extinção de espécies, poluição em geral, destruição da vegetação, biodiversidade, efeito estufa, reciclagem (de lixo, de resíduos industriais, de óleo), energia e combustíveis (poluentes e não poluentes), comportamento ambientalmente correto, etc.
            Os conteúdos e conceitos científicos da Biologia e da Geografia devem estar relacionados com os problemas ambientais gerais e cotidianos.

Metodologia
            Muitos são os métodos possíveis para a realização da EA: aulas expositivas bem preparadas e bem dadas, deixando espaço para questionamentos; induzir os estudantes a fazerem observações, pesquisas e experiências; induzir o grupo a agir na solução do problema através da criação de clubes ecológicos, produção de jornais, mutirões de limpeza ou de plantio de árvores, mobilizações da comunidade e passeatas; estudos interdisciplinares sobre o mesmo tema, com as contribuições específicas de cada disciplina, proporcionando intercâmbio de experiências entre educadores e educandos; excursões pedagógicas a reservas, bairros, empresas, paisagens urbanas e naturais, levantando os problemas ambientais,  contados através de apresentações artísticas, lúdicas e com o uso de meios de comunicação (filmes, fotos, blogs, jornais impressos, cartazes, murais).
            Um método não anula o outro, pelo contrário, esses e outros se completam.  

Avaliação
            O processo de avaliação depende dos objetivos da prática educativa. A avaliação serve para identificar o conhecimento adquirido.
            Se a EA fundamenta-se na mudança da mentalidade, comportamento e valores, a avaliação deve ajudar a identificar os problemas ambientais e como solucioná-los. Assim, avaliar é estimular a reflexão, o diálogo e a auto-avaliação, a partir do conhecimento científico e as relações sociais e culturais da comunidade onde se vive.
O “pensar global e agir no local” é o mote da avaliação da EA: os problemas da humanidade estão acima dos interesses individuais; atitudes e comportamentos necessitam serem revistos, tendo em vista uma nova noção de responsabilidade com o planeta e com a comunidade.

*Adaptação: Antônio Wanderley de Melo Corrêa
Fonte: REIGOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. 4ª Ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 2006.