21 de fevereiro de 2011

Rio Poxim: revitalização já!


               Após a denúncia dos nossos sócios e diretores, sobre a poluição que tornou a água do Rio Poxim tingida de verde, nos órgãos de comunicação social locais e na internet, a Administração Estadual do Meio Ambiente - ADEMA fez estudo físico, químico e bacteriológico da qualidade da água daquele rio. Os técnicos fizeram análise da temperatura, o PH e o índice de oxigênio da água coletada. O resultado foi assustador. Detectaram grande quantidade de coliformes fecais, nitrogênio amoniacal e de fosfato. Este último, um nutriente para algas e bactérias que, em função da abundância de alimento, proliferaram em desequilíbrio ao ponto de tingirem o Poxim de verde.
            Quanto ao índice de coliformes fecais, segundo a pesquisa, é 22 vêzes superior ao limite tolerável de 1000 coliformes por 100 ml de água. O índice foi de 22.000 coliformes por 100 ml de água. Fator que aumentou vertiginosamente os índices de nitrogênio amoniacal e de fosfato.
            Os estudiosos daquele órgão concluíram que a poluição é orgânica, de esgoto doméstico clandestino no Bairro Jabotiana, ou seja, de dejetos canalizados para a rede de esgotos sem passar pela decantação de fossa sanitária.
            Ao dar a notícia preocupante, o presidente da ADEMA Genival Nunes falou da dificuldade em encontrar o/os responsável/eis pelo/os esgoto/os clandestino/os.
            No entendimento do Conselho Diretor da Sociedade Jabotiana Viva, a solução definitiva para os altos níveis de poluição do rio Poxim e seus afluentes é a revitalização imediata daquela sub-bacia, através do tratamento sistemático dos esgotos domésticos e industriais através da criação de uma estação de tratamento de esgotos - ETE; o controle rigoroso da preservação das matas ciliares, sobretudo de seus manguezais; campanha educativa em larga escala e punições exemplares para os poluidores de suas águas e devastadores das matas ciliares, como determina a Lei de Crimes Ambientais.   


16 de fevereiro de 2011

Rio Poxim tingido por mancha verde

Água do rio Poxim tingida de verde embaixo da ponte Sol Nascente – Santa Lúcia

              O Rio Poxim é considerado o mais poluído de Sergipe. Como se não bastasse esse “título” nada honroso, na manhã de 12 de fevereiro de 2011[sábado], dois sócios do nosso movimento, enquanto faziam caminhada matinal, foram surpreendidos com uma coloração estranha das águas daquele rio, nas proximidades da ponte que liga os conjuntos Sol Nascente/JK ao conjunto Santa Lúcia. De imediato, um deles ligou para a Polícia Ambiental e para o plantão da TV Sergipe.
Naquela mesma manhã a emissora enviou uma equipe de reportagem para o local, entrevistou um dos nossos sócios Antônio Carlos, e a matéria foi ao ar no telejornal SE TV 1ª Edição daquele mesmo dia, com o título “Mancha verde aparece nas águas do Rio Poxim” [ver no portal emsergipe.com/SE TV 1ª Edição/12 fev.2011].
Ao serem informados do ocorrido, ainda na manhã de 12 de fevereiro, membros do Conselho Diretor da Sociedade Jabotiana Viva percorreram todo o trecho do Poxim no Bairro Jabotiana e, estarrecidos, presenciaram em toda aquela extensão do rio, suas águas completamente tingidas de verde escuro. Ao se aproximarem da margem esquerda [no fundo da sede da Polícia Comunitária], perceberam que se tratava de partículas minúsculas, como se fosse um “pó” verde cobrindo quase toda a superfície da água.
            Horas depois, a Polícia Ambiental fez coleta da água do Poxim tingida de verde, no sentido de levar a amostra para a ADEMA identificar a substância.
            Esperamos que as autoridades competentes investiguem com rigor e, caso se trate de substância química ou mesmo orgânica poluente, que os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a Lei de Crimes Ambientais.

8 de fevereiro de 2011

O que é Educação Ambiental

 Grupo de estudantes da EMEF “Alencar Cardoso” (SEMED/Aracaju) em excursão pedagógica ao manguezal do rio Poxim no Bairro Jabotiana

Concepções e conceitos
Para que ocorra a Educação Ambiental - EA é necessário conhecer as concepções de Meio Ambiente das pessoas envolvidas na atividade.
Existe confusão entre os conceitos de Ecologia e Meio Ambiente. Ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o seu ambiente físico e natural. O ecólogo é o estudioso e o ecologista é o militante político. Meio Ambiente é um local determinado onde estão as relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais, gerando transformações na natureza e na sociedade.

Características básicas
A grande causa do problema ambiental é o consumo excessivo de recursos naturais por uma pequena parcela da humanidade e no desperdício e produção de artigos inúteis e nefastos à qualidade de vida.
O que deve ser priorizado são as relações econômicas e culturais entre a humanidade e a natureza e entre os humanos.
A necessidade da EA enquanto educação política: torna o cidadão reflexivo, ativo e muda seu comportamento cotidiano. Ele/a passa a exigir justiça social, cidadania planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza. Ele/a questiona as opções políticas e culturais atuais. Somente apóia o crescimento econômico que não seja nocivo ao ser humano e ao planeta.
A EA é necessariamente criativa, inovadora e crítica, impregnada da utopia de mudar radicalmente as relações entre a humanidade e a natureza.
A EA contribui para o “pensar no global e o agir no local”: Incentiva o individuo a participar ativamente da resolução dos problemas no seu contexto específico. É o cidadão do mundo atuando em sua comunidade.
A EA por si só não resolverá os complexos problemas ambientais planetários, mas influi decisivamente para isso. O pensamento global e a ação no local provocam mudanças no sistema (sem resultados imediatos e visíveis). O problema ambiental foi criado pela humanidade e é dela que virá a solução.

Onde e quando
A EA deve estar presente em todos os espaços que educam o/a cidadão/ã: escolas (em todas as disciplinas, com criatividade, enfatizando o ambiente onde o aluno vive e estudando in loco), universidades (formação de profissionais), reservas e parques ecológicos (preservar e pesquisar fauna e flora), sindicatos (condições de trabalho, insalubridade e segurança), associações comunitárias (problemas ambientais cotidianos), meios de comunicação social (conscientização da população). Em cada um desses contextos tem características, especificidades e interesses.
Não há limite de idade para o estudante, porque tem um caráter de educação permanente e dinâmica. Seu conteúdo e metodologia são variados, adequados às faixas etárias dos educandos.

Objetivos
            Segunda a Carta de Belgrado (1975), os objetivos da EA são seis:
1.    Conscientização – Sobre o meio ambiente global e os problemas conexos e de se mostrarem sensíveis aos mesmos;
2.    Conhecimento – Adquirir compreensão essencial do meio ambiente global, os problemas ligados a ele e a responsabilidade de cada um;
3.    Comportamento – Adquirir interesse profundo pelo meio ambiente e a vontade de contribuir para a sua proteção e qualidade;  
4.    Competência – Buscar adquirir meios técnicos com a ajuda de especialistas e conhecedores do problema;
5.    Capacidade de Avaliação – Avaliar medidas relacionadas ao meio ambiente, decifrando a linguagem dos projetos de risco ambiental;
6.    Participação – Necessidade de ação imediata para a solução dos problemas, participar na construção da cidadania.


Conteúdos
            São vários os conteúdos da EA, tais como: saneamento básico, extinção de espécies, poluição em geral, destruição da vegetação, biodiversidade, efeito estufa, reciclagem (de lixo, de resíduos industriais, de óleo), energia e combustíveis (poluentes e não poluentes), comportamento ambientalmente correto, etc.
            Os conteúdos e conceitos científicos da Biologia e da Geografia devem estar relacionados com os problemas ambientais gerais e cotidianos.

Metodologia
            Muitos são os métodos possíveis para a realização da EA: aulas expositivas bem preparadas e bem dadas, deixando espaço para questionamentos; induzir os estudantes a fazerem observações, pesquisas e experiências; induzir o grupo a agir na solução do problema através da criação de clubes ecológicos, produção de jornais, mutirões de limpeza ou de plantio de árvores, mobilizações da comunidade e passeatas; estudos interdisciplinares sobre o mesmo tema, com as contribuições específicas de cada disciplina, proporcionando intercâmbio de experiências entre educadores e educandos; excursões pedagógicas a reservas, bairros, empresas, paisagens urbanas e naturais, levantando os problemas ambientais,  contados através de apresentações artísticas, lúdicas e com o uso de meios de comunicação (filmes, fotos, blogs, jornais impressos, cartazes, murais).
            Um método não anula o outro, pelo contrário, esses e outros se completam.  

Avaliação
            O processo de avaliação depende dos objetivos da prática educativa. A avaliação serve para identificar o conhecimento adquirido.
            Se a EA fundamenta-se na mudança da mentalidade, comportamento e valores, a avaliação deve ajudar a identificar os problemas ambientais e como solucioná-los. Assim, avaliar é estimular a reflexão, o diálogo e a auto-avaliação, a partir do conhecimento científico e as relações sociais e culturais da comunidade onde se vive.
O “pensar global e agir no local” é o mote da avaliação da EA: os problemas da humanidade estão acima dos interesses individuais; atitudes e comportamentos necessitam serem revistos, tendo em vista uma nova noção de responsabilidade com o planeta e com a comunidade.

*Adaptação: Antônio Wanderley de Melo Corrêa
Fonte: REIGOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. 4ª Ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 2006.