29 de outubro de 2013
A 12ª Caminhada Ecológica do Bairro Jabotiana
Mais uma vez
acontecerá a Caminhada Ecológica “Construindo uma Jabotiana Saudável” promovida
pela Unidade de Saúde da Família “Manoel de Souza Pereira” com o apoio do
Conselho Local de Saúde.
A 12ª edição da Caminhada Ecológica
acontecerá no dia 08 de novembro (sexta feira). A concentração, como sempre,
será a partir das 7h na Praça Principal do conjunto Santa Lúcia (em frente à
Igreja Católica). A previsão de saída é para as 8h, percorrendo as avenidas
Coronel Sizino da Rocha, Rio Poxim (Santa Lúcia) e Enfermeira Cezartina Régis,
sendo encerrada na Praça Principal dos conjuntos Sol Nascente e JK, onde
acontecerão apresentações culturais promovidas pelas escolas públicas
participantes e o canto do Hino da Jabotiana e do Hino Nacional Brasileiro.
O objetivo do evento é despertar e
estimular práticas saudáveis e a consciência ambiental nos moradores do “ultimo
bairro verde de Aracaju”.
A
Caminhada Ecológica do Bairro Jabotiana é o maior evento ambientalista
comunitário de Aracaju, contando com a presença de cerca de mil pessoas.
Participam da manifestação todas as escolas públicas e privadas do BJ, o grupo
de idosos, as associações comunitárias, movimentos ambientalistas, crianças do
CRAS, grupos religiosos e todos os profissionais da USF “Manoel de Souza
Pereira”. Graças à iniciativa da Caminhada Ecológica, a Câmara de Vereadores de
Aracaju aprovou o Projeto de Lei criando o “Dia do Rio Poxim” na sexta feira de
novembro na qual acontece o evento.
O BJ é
considerado o “ultimo bairro verde de Aracaju” pelo grande repertoria de
ocorrências naturais: verde (manguezais, manchas de mata atlântica, sítios de
coqueiros e mangueiras, ... ), águas
(Rios Poxim e Pitanga e afluentes; as lagoas Doce e do Areal e brejos), colinas
com cobertura vegetal (R6 e da Saudade) e praças e canteiros bem arborizados.
Não
obstante, as agressões permanentes a esses belos elementos da paisagem:
poluição de esgotos residenciais e industriais sobre as águas, crescimento
imobiliário acelerado avançando sobre as áreas verdes primitivas,
impermeabilização acentuada do solo, intensificação do trânsito (barulho,
poeira, danificação das vias), entre outros.
Todos os moradores do BJ estão
convidados, bem como todos/as os/as cidadãos/ãs que defendem o ambiente
equilibrado e saudável. Partcipe! E lembre-se: “Consciência ambiental é um
exercício: pratique-o”.
Poema
“JABOTIANA”
Dermerval
Mangueira*
Estes versos que agora estou cantando,
São aqueles que eu não sabia exprimir
Aqueles tempos de menino...
Quando eu recebia os teus carinhos...
Quando eu me alimentava com o teu sorriso
verde;
Quando eu me sentava à beira do teu rio,
E ele, de braços abertos,
Deixava-me ver o azul do céu lá no fundo!
O azul era tão bonito, tão lindo,
Que, muitas vezes tive ímpeto de correr,
De entrar nas suas entranhas
Para me abraçar com aquele céu!...
( ... )
- Ah! eu precisava tanto daquele céu para
morar
( ... )
Mas um dia, JABOTIANA,
Voltarás a ser simples e pura
Como nos dias que se foram.
E lá, decerto, estarei;
- Nas folhas secas das campinas,
Nas pedras empoeiradas das estradas,
Nas águas tranquilas de teu rio.
(*)
Diário de Sergipe. Aracaju: 26 de junho de 1959. P. 03.
24 de julho de 2013
Lançamento do cordel “Jabotiana”
No dia 4 de agosto
(domingo) a partir das 11h, acontecerá no salão de eventos da Associação dos
Moradores do Jardim Sol Nascente e JK (AMJSNJK), o lançamento do cordel
“Jabotiana – o último bairro verde de Aracaju”, durante a comemoração do Dia
dos Pais, promovida pela entidade. Na oportunidade haverá música ao vivo com o
cantor Wellyson, bingo e oferecido um churrasco.
A publicação do cordel é de autoria
do primeiro secretário do movimento ambientalista Sociedade Jabotiana Viva,
sócio e coordenador do boletim informativo Jabotiana em Foco da AMJSNJK,
Antônio Wanderley de Melo Corrêa, que reside no bairro há 20 anos.
O Jabotiana Viva está apoiando o
lançamento do livreto na divulgação, enquanto a AMJSNJK cedeu gentilmente o seu
salão de eventos.
O cordel “Jabotiana – o último
bairro verde de Aracaju” contém 16 páginas, nas dimensões 20,5 x 15 cm, com 80
estrofes de seis versos (sextilhas) na rima xaxaxa. O poema versa sobre
aspectos históricos, ambientais, culturais e cotidianos do Bairro Jabotiana.
O autor se baseou em depoimentos de
moradores antigos, na simples observação “de campo” e em artigos, TCCs e
matérias da comunicação social que ele e outras pessoas produziram nos últimos
anos. E como o próprio informou:
Todo esse repertório de informações me inspirou na
construção dos versos do livreto. Mas, por que o cordel? Porque sou fascinado
por esta literatura poética popular tão rica e típica da nossa região. Tentei
ser fiel à sua tradição ao tentar escrever em linguagem regional, forçando a
rima, com alguma fantasia, exagero e humor. Também tentei ser atual, escrevendo
sobre um tema urbano e ambientalista e editando como a tecnologia do momento
permite. Não segui a métrica dos versos poéticos de sete sílabas, pois ainda
sou um aprendiz da poesia cordelista. O propósito maior foi criar um produto
impresso para divertir, informar e educar sobre o último bairro verde de
Aracaju.
Este é o segundo título do autor. O
primeiro foi “Origem do Bairro América”, produzido artesanalmente em 2012.
Antônio Wanderley pretende lançar outros livretos de cordel no futuro próximo,
sobre temas tradicionais do gênero literário, sobre aspectos e vivências da sua
infância de menino do interior e sobre outros bairros de Aracaju. Ele revelou
que, no momento, está trabalhando em dois títulos.
Uma das primeiras estrofes do
livreto a ser lançado é a seguinte:
O seu
nome ‘Jabotiana’
É de
origem da língua Tupi
O
significado é muito bonito:
‘Onde
nasce o jabuti’
Se
você quer saber de tudo
Então
leia esses versos aqui.
6 de julho de 2013
“JABOTIANA” um poema
O
historiador sancristovense Thiago Fragata, em suas garimpagens pelos arquivos
sergipanos, nos brindou com um grande achado, um poema sobre o Jabotiana de
Dermerval Mangueira, que foi Inspetor de Diversões Públicas da Prefeitura de
Aracaju, publicado no jornal “Diário de Sergipe” no final dos anos 1950.
Preservamos a grafia original no sentido de respeitar a criação artística.
Além do
valor artístico-literário, o poema nos informa sutilmente sobre as belezas
naturais e o processo de apropriação da atual zona oeste de Aracaju há mais de
meio século. Um verdadeiro documento histórico, produzido por um homem sensível
e apaixonado pelo ambiente natural. Numa época na qual, devastar e poluir eram
sinônimos de progresso e de desenvolvimento.
JABOTIANA
Dermerval
Mangueira*
Estes versos que agora estou cantando,
São aqueles que eu não sabia exprimir
Aqueles tempos de menino...
Quando eu recebia os teus carinhos...
Quando eu me alimentava com o teu sorriso
verde;
Quando eu me sentava à beira do teu rio,
E êle, de braços abertos,
Deixava-me ver o azul do céu lá no fundo!
O azul era tão bonito, tão lindo,
Que, muitas vêzes tive ímpeto de correr,
De entrar nas suas entranhas
Para me abraçar com aquele céu!...
- Ah! eu precisava tanto daquele céu para
morar
Naqueles tempos,
Era um heroi...
Pegava os primeiros raios da aurora.
Todos os dias,
Para colocá-los dentro dos meus olhos.
Não temia a escuridão da noite!
Nada me infundia pavor!
Agora, vivo desdobrado.
Cheio de mêdo;
Mêdo do tempo,
Mêdo dos homens que absorveram a terra!
Mêdo dos homens que escravizam os homens!
JABOTIANA,
Eras pluralizada naquêles tempos
De meu pai,
De minnha mãe,
De todo mundo...
Hoje, estás singularizada,
Os homens maus enxotaram a tua gente,
Gente mansa,
Gente dócil,
Gente bôa.
Mas um dia, JABOTIANA,
Voltarás a ser simples e pura
Como nos dias que se foram.
E lá, decerto, estarei;
- Nas fôlhas sêcas das campinas,
Nas pedras empoeiradas das estradas,
Nas águas tranqüilas de teu rio.
*Diário de Sergipe.
Aracaju: 26 de junho de 1959. P. 03.
28 de maio de 2013
A 2ª Excursão Ecológica do Bairro Jabotiana à Lagoa do Areal
Os
excursionistas na estrada da Lagoa do Areal, ao fundo a área urbana do BJ
De
acordo com o lema do excursionista “não deixar nada que não seja pegadas; não
levar nada que não seja fotografias; não matar nada que não seja o tempo”, na
manhã de 25 de maio de 2013, aconteceu a 2ª Excursão Ecológica do Bairro
Jabotiana (BJ). O destino foi a Lagoa do Areal, situada entre a Colina do
Reservatório R6 da Deso e a Avenida Marechal Rondon.
Nas
duas semanas anteriores ao evento, o movimento ambientalista Jabotiana Viva em
conjunto com a Associação de Moradores do Sol Nascente e JK (AMJSNJK), fizeram
intensa propaganda, através de um cartaz digitalizado sendo veiculado nas redes
sociais da Net, panfletos distribuídos aos moradores e notícias na comunicação
social.
Os
objetivos da iniciativa foram: educação ambiental, levar moradores do “último
bairro verde de Aracaju” a conhecerem in loco as belezas naturais ali existentes,
proporcionar lazer saudável e estreitar laços de amizade.
Na
manhã da Excursão, os participantes se concentraram na frente da AMJSNJK e, por
volta das 8h30, partiram rumo ao destino. Desde o início, a TV Sergipe e o
Portal Infonet fizeram cobertura jornalística. Nossos agradecimentos.
Agradecimentos também à empresa Andrade Navegação e Despachos por patrocinar as
camisetas.
A
caminhada de ida durou aproximadamente uma hora. O tempo estava excelente, nem
sol escaldante, nem chuva, “maneiro”. Teve um pouco de tudo: de marmanjo com
receio de sujar o tênis de lama, até “mergulho” na lama; milhares de fotos;
conversas animadas e inúmeras gargalhadas. Participaram sócios das duas
entidades, estudantes universitários, profissionais da USF “Manoel de Souza
Pereira”, professores, petroleiros, aposentados, de jovens a idosos. Ao todo,
25 pessoas.
Na
estrada para a Lagoa, os excursionistas viram os edifícios e residências dos
conjuntos Sol Nascente, JK e Santa Lúcia irem ficando para traz, e após subirem
uma ladeira, uma surpresa: a grande e bela Lagoa do Areal diante de seus olhos,
nas margens aracajuanas a vegetação ciliar ainda semi-preservada e, nas margens
sancristovenses, a devastação, um aterro gigantesco que destruiu o matagal (A
linha imaginária que divide os dois municípios cruza a lagoa).
Ao se
aproximar daquele corpo d’água, o grupo constatou de perto o estrago: o aterro
“engolindo” a lagoa, enquanto as máquinas de esteira jogaram as árvores de
mangue em suas águas. Seguindo adiante, pela margem sul, viram estarrecidos a
grande quantidade de condomínios sufocando a lagoa. Apesar da destruição
criminosa e da indignação geral, ficaram deslumbrados com suas águas calmas e
transparentes e com o resto de vegetação do entorno. Também notaram a ironia de
sempre, naquela zona, os nomes dos empreendimentos imobiliários, todos
“ambientalmente corretos”: “Recanto das Árvores”, “Recanto das Palmeiras”,
entre outros.
Diante
de tudo que se viu, um excursionista, Joseiton Nery, comentou no Facebook: "Já conhecia alguns crimes
ambientais praticados pelas construtoras, mas ontem, me senti bastante surpreso
e indignado concomitantemente, pela extensão e consequências danosas ao meio
ambiente, com o aterramento da Lagoa do Areal, provavelmente pela Construtora
Celi ou AC Engenharia, uma vez que possuem obras em construção, na área. Vi o
quão absurdo e intolerante com o meio ambiente, age os megaespeculadores, bem
nas barbas de todos nós. Entre a Estação de Tratamento de Água do Rio Poxim e a
UFS, estão construindo uma rua por dentro da lagoa. Triste! Indignado! E o
Ministério Público? A Adema? A SEMA?”
De
volta à área urbana do BJ, na Rua da Jabotiana, próximo à Ponte Velha, o grupo
dividiu-se. Após muitos abraços e trocas de contatos, uns dirigiram-se para o
Santa Lúcia, enquanto outros cruzaram a ponte em direção ao Sol Nascente e ao
JK. Sobraram perguntas aos organizadores, do tipo: - Quando vai ser a próxima?
– Para onde iremos da próxima vez? Expressões de quem adorou aquela experiência
inusitada. Em baixo de uma árvore, na praça principal do Sol Nascente/JK,
diretores das duas entidades promotoras, diante dos apelos, resolveram realizar
outra excursão após o inverno, entre agosto e setembro, para a Colina do
Reservatório R6, de onde se vê todo o BJ, grande parte da cidade e, do oceano à
Serra de Itabaiana.
A
repercussão da 2ª Excursão do BJ foi muito grande: fotos e mensagens “bombaram”
nas redes sociais, a TV Sergipe apresentou uma reportagem no jornal SE TV 1ª
Edição daquele dia. Ao mesmo tempo, o Portal Infonet também noticiou o evento. Nossos
agradecimentos aos veículos de comunicação social pela cobertura, incluindo o
programa “Fala pra Mim” na Radio Cultura sábado pela manhã.
Até a
próxima.
Grande aterro que devastou a vegetação ciliar nas margens
em são Cristóvão
Árvores de Mangue devastadas e jogadas na lagoa
As águas e o manguezal exuberante
Aterros sobre a vegetação ciliar da Lagoa do Areal
17 de maio de 2013
2° Excursão Ecológica do bairro Jabotiana
O
movimento ambientalista Sociedade Jabotiana Viva, em parceria com a Associação
dos Moradores do Jardim Sol Nascente e JK, estão promovendo a 2ª Excursão
Ecológica do Bairro Jabotiana para a Lagoa do Areal. A primeira excursão àquele
corpo d’água aconteceu em 03 de junho de 2010.
A concentração acontecerá em frente
à sede da Associação dos Moradores do Sol Nascente/JK, situada na Avenida
Cezartina Régis, 335 na Praça Principal dos dois conjuntos. A Excursão terá
inicio às 8h, tendo o seguinte itinerário: Av. Cezartina Regis, praça Iselte
Fernandes Azevedo do conjunto Santa Lúcia, Rua da Jabotiana, estrada da
Cabrita, estrada da Lagoa.
A Lagoa
do Areal localiza-se ao noroeste do Bairro Jabotiana, entre a Colina do
Reservatório Apoiado R6 da DESO e a Avenida Marechal Rondon, há aproximadamente
2,5 Km da Praça Principal dos conjuntos Sol Nascente e JK.
Sugerimos
que use roupas leves (camiseta e short ou bermuda), boné ou chapéu de sol e tênis.
Se o dia estiver ensolarado, aplique protetor
solar. Leve uma garrafa de água (500 ml), barra de cereais ou frutas, e não
esqueça a câmera fotográfica ou filmadora. O local é belíssimo, com água calma
e transparente, refletindo o céu, a vegetação e montes de areia. Em meio ao
silêncio, ouve-se o soprar do vento e o canto de diversas espécies de pássaros,
apesar do avanço acelerado da construção civil.
Junte-se
a nós e participe deste lazer saudável entre amigos e vizinhos. Até lá!
O perigo da no Bairro Jabotiana Dengue
Agente
de endemias combatendo o mosquito da Dengue no Bairro Jabotiana
O Ministério da Saúde
divulgou o aumento de 190% de casos de Dengue no Brasil. 14 capitais estão em
estado de alerta sobre o risco de epidemia da doença, entre elas Aracaju.
Embora
o número de casos tenha diminuído no ano anterior, 12 bairros da capital sergipana
correm risco da infestação do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti (AA), entre
eles o Bairro Jabotiana (BJ). Os dados são do LIRA (Levantamento do Índice
Rápido de AA) de janeiro deste ano. As altas temperaturas devido à forte
insolação e as chuvas esparsas do verão ajudam muito na proliferação da doença.
A
ocorrência de depósitos clandestinos de entulhos e de pequenas lixeiras com
resíduos sólidos (latas, vidros, plásticos, etc) nos terrenos baldios e nas
áreas verdes do BJ, potencializam a proliferação do vetor da doença, o mosquito
AA. E esses depósitos de lixo clandestinos são criados por pessoas, que
displicentes, jogam lixo em qualquer lugar. Para se ter a idéia da gravidade
desse costume, tão nocivo à saúde pública, o mosquito AA consegue se
desenvolver até em uma tampinha de garrafa cheia com água da chuva.
A
intensificação das ações dos “Fumacês”, os veículos que aplicam o veneno
(inseticida) contra o mosquito transmissor, ao amanhecer e ao entardecer, não é
suficiente para deter decisivamente o avanço da Dengue.
No BJ,
a coleta seletiva de lixo ocorre na sexta feira a partir das 7h. Ao invés de
jogar o lixo seco em qualquer lugar, as pessoas que assim agem, deveriam
acumular esses resíduos em sacos plásticos para a coleta seletiva.
Cada um
dos moradores dessas áreas deve fazer a sua parte, inclusive advertir outros
moradores quanto a condutas contrárias ao bom senso e à saúde de todos. Fiscalize,
reclame, critique a má conduta, afinal é a sua saúde e a sua vida que estão em
jogo, bem como as de seus familiares, vizinhos e amigos.
16 de fevereiro de 2013
O avanço imobiliário no Bairro Jabotiana
A
Lagoa do Areal no Bairro Jabotiana em 2007
Desde 2007, o Bairro Jabotiana
vem sofrendo um acelerado crescimento imobiliário. Principalmente após os
impedimentos na Zona de Expansão. Os olhos ávidos das construtoras se voltaram,
do sul, para o oeste de Aracaju. E como na Zona de Expansão, o crescimento
imobiliário ocorre sem a infraestrutura adequada e sem levar em conta o impacto
sobre o ambiente natural e a vizinhança pré existente.
Atualmente são dezenas de
condomínios, seja na margem esquerda do rio Poxim, nas proximidades dos
conjuntos residenciais Sol Nascente e JK, seja na sua margem direita, nas
imediações do conjunto Santa Lúcia, se estendendo para o oeste além da
fronteira com o município de São Cristóvão.
Empreendimentos
aprovados sem relatórios prévios de impacto de vizinhança e impacto ambiental,
como determina o Estatuto das Cidades (Lei 10.257/2001).
Apesar de esses condomínios terem
nomes poéticos, de exaltação à natureza, ironicamente, seus projetos arquitetônicos
são quase completamente destituídos de preocupação ambiental. O impacto
negativo sobre o verde e as águas daquela área é muito grande como informaremos
mais adiante. Assim, os próprios condôminos (os clientes das construtoras) e a
população do entorno, já vem sofrendo as consequências deste avanço acelerado.
Um crescimento imobiliário predador, no que se refere ao meio ambiente natural
que ainda teima em existir.
Nas proximidades dos canteiros de
obra, são vários os problemas para as comunidades preexistentes: rachaduras nas
paredes e tetos das casas em função da ação dos bate-estacas, comprometendo a
estrutura da residência e a integridade física, e porque não dizer, a vida de
seus moradores; intensificação do trânsito pesado de caçambas, caminhões, betoneiras,
motoniveladoras e escavadeiras estraçalhado o asfalto das ruas e espalhando
poeira e barulho, comprometendo a tranquilidade e a saúde das pessoas.
O crescimento privilegia os interesses do
capital imobiliário, em detrimento da qualidade de vida das comunidades e do
ambiente natural. Resultando na devastação do verde, impermeabilização do solo,
aumento da temperatura em função da insolação inclemente devido à falta de
vegetação climatizante, aumento da vazão de dejetos líquidos (esgotos) para o
Rio Poxim, além de gigantescos aterros das áreas de vazantes daquele rio, que
contribuíam para minimizar as enchentes naquele trecho estuarino. Até 2008,
havia dez anos que não ocorria enchentes ali. A partir daquele ano até o
presente, foram três.
É facilmente percebida a falta de
ordenamento, de planejamento urbano. Condomínios de blocos de quatro andares,
próximos de futuros condomínios de torres de 16 andares em espaços exíguos, com
vias de acessos insuficientes, implicando na inviabilidade da mobilidade
urbana, ou seja, no ir e vir das pessoas ao trabalho, à escola, ao lazer e na
busca por serviços fora do bairro. Aquela zona cresce sem inteligência, tocada
pelos interesses imediatos (e insanos) do capital.
O
déficit de áreas verdes influencia negativamente o microclima do bairro e da
cidade. A ampliação rápida e avassaladora de áreas permeáveis em Aracaju contradiz
a tradição de “cidade jardim” e põe em xeque o título de “a capital da
qualidade de vida”. Os urbanistas e engenheiros florestais recomendam que as
cidades devam possuir, pelo menos, 30% de seu solo urbano permeável e com
vegetação (árvores, arbustos e grama). Se depender do mercado imobiliário, a
cidade deverá ser um imenso mosaico cinzento, uma selva de pedra colossal, mais
quente e suscetível a enchentes, mais monótona, feia, barulhenta e estressante.
Tudo em nome do lucro rápido e imenso.
O BJ é
a área de expansão da Zona Oeste de Aracaju. É o bairro com um dos maiores
crescimento populacional da capital, muito acima do crescimento vegetativo
calculado pelo IBGE de 2% ao ano. Segundo a EMURB, de 2007 a 2011, surgiram
2000 novos domicílios no BJ e adjacências, ou seja, de seis a oito mil moradores
a mais em curto espaço de tempo, provocando problemas óbvios de intensificação
do trânsito, poluição sonora, entre outros apresentados. Contribuindo assim, para o caos urbano,
perdendo rapidamente a condição de “O último bairro verde de Aracaju”,
aprazível e altamente comunitário, onde “todos se conhecem”, onde as pessoas
interagem.
A
mudança é notória: milhares de pessoas vivendo fechadas, encaixotadas em
prédios de apartamentos, vizinhos que não se conhecem, que não trocam sorrisos
e amabilidades, que não trocam nem um “bom dia”, favorecendo o aumento do
individualismo e da solidão.
A
Lagoa do Areal em 2010
A Lagoa do Areal em
2012
27 de janeiro de 2013
Carta às(aos) vereadoras(es) da 42ª Legislatura de Aracaju. Aracaju, 1º. de janeiro de 2013.
Militantes
do Fórum de Defesa da Grande Aracaju entregando o documento
ao vereador Iran Barbosa
Senhores vereadores e
senhoras vereadoras,
O Fórum
em Defesa da Grande Aracaju parabeniza pela eleição e pela posse e vem tratar
de um dos temas mais importantes que cada vereador(a) de Aracaju deverá tratar:
o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável (PDDUS).
A
legislatura que se encerrou no dia de ontem deixa uma marca negativa quando o
assunto é Plano Diretor. Votaram de forma equivocada por diversas vezes. A
Sociedade, a Justiça e quatro dos vereadores do período que se encerrou vêm
dizendo e comprovando que não é assim que se vota um Plano Diretor
verdadeiramente sustentável.
As
emendas populares foram quase todas rejeitadas e as propostas das construtoras
absorvidas e aprovadas. O Plano Diretor para os próximos dez anos ficaria muito
pior do que este que atualmente vigora.
Por
sorte a Justiça já analisou o assunto por três vezes e sempre a população vem
obtendo vitórias contra o comportamento estranho da maioria dos vereadores.
Nós do
Fórum em Defesa da Grande Aracaju não vamos descansar enquanto não vermos um
Plano Diretor, assim os códigos complementares, aprovado de forma séria,
responsável e com um olhar sobre toda a cidade, sobre todos os segmentos.
Antes
das eleições do dia 07 de outubro denunciamos nos terminais de integração a
forma descompromissada como alguns vereadores estavam votando o Plano Diretor.
Resultado: muitos deles não conseguiram a reeleição.
Vamos continuar
usando todos os meios amigáveis ou não para cobrar decência, seriedade,
compromisso e responsabilidade no exercício do mandato popular.
Vamos
exaltar e destacar aqueles que, mesmo votando contra propostas populares, sejam
sinceros e demonstrem tecnicamente porque estará votando daquela forma. E vamos
denunciar veementemente aqueles que desrespeitarem a população votando em um
Plano Diretor para beneficiar apenas às construtoras, como fizeram alguns
vereadores da legislatura que acabou no dia de ontem.
O Fórum
em Defesa da Grande Aracaju se coloca ao inteiro dispor de todos os vereadores
para dialogar sobre o Plano Diretor e sobre os códigos complementares na expectativa
de que a Câmara Municipal de Aracaju cumpra com a sua obrigação de votar um
Plano Diretor de fato participativo.
FÓRUM
EM DEFESA DA GRANDE ARACAJU.
Tenda
do Fórum de Defesa da Grande Aracaju
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