13 de agosto de 2011
A arborização do Bairro Jabotiana
Aspecto da arborização da Praça Principal dos conjuntos Sol Nascente/JK
Arborização, neste artigo, é o conjunto das áreas verdes de uso público na área urbana. Ou seja, árvores plantadas em calçadas e canteiros de avenidas, parques e praças.
A arborização é de importância vital para as cidades, pois evita a formação de “ilhas de calor”, climatizando o ambiente, diminui a poluição, reduz o barulho urbano, melhora a qualidade do ar, embeleza e proporciona espaços de lazer.
Em uma eleição na revista Reader’s Digest, entre 140 países pesquisados, a Finlândia foi considerado o país mais arborizado do mundo. O Brasil ficou na 40ª colocação, abaixo de quase todos os países da Europa. Enquanto Estocolmo, capital da Suécia, foi eleita a cidade mais arborizada do planeta, das 72 pesquisadas. Curitiba é a 54ª e Pequim (China) a última colocada [ “Finlândia é o país mais ‘verde’ do mundo; Brasil é o 40º”. Folha de São Paulo. 20 set. 2007. Caderno Ambiente ].
Por enquanto, o Jabotiana é “o último bairro verde de Aracaju”, apesar do avanço descontrolado da construção civil, contando com milhares de domicílios em dezenas de novos condomínios, impermeabilizando o solo, aumentando a produção de dejetos líquidos e devastando a vegetação original.
Mesmo assim, ainda possui uma paisagem privilegiada. É banhado pelo rio Poxim, por riachos afluentes a esse e por duas lagoas: Areal (ou Jabotiana) e Doce. Possui manguezais exuberantes nas margens desses corpos d’água, mata atlântica nas margens da estrada de acesso ao povoado Aloque, matagais, vegetação aquática nos brejos, colinas de barreiros vermelhos, além de sítios de coqueiros e pomares de mangueiras.
Mesmo na malha urbana (avenidas, ruas e praças), o verde destaca-se na paisagem. Em um único canteiro da rua João Leal Soares (Antiga Rua 43), em um dos trechos da divisão entre os conjuntos Sol Nascente e JK, próximo à Escola Estadual Joaquim Vieira Sobral, existe 24 árvores; na minúscula Praça Ariel Rabelo, entre a avenida Cezartina Régis e o condomínio Belo Horizonte são 10 árvores; nos canteiros daquela avenida, de aproximadamente 800 metros de extensão, da praça Ariel Rabelo até próximo à ponte que une os conjuntos Sol Nascente/JK ao Santa Lúcia, são 110 árvores plantadas; na praça José Atanásio do Nascimento, no conjunto Sol Nascente, entre as ruas Major João Teles e Patrulheiro G. de Andrade, são 34 vegetais superiores; a grande praça dos conjuntos Sol Nascente/JK, apesar da existência de um grande número de construções dentro do seu perímetro: a sede da associação de moradores, o complexo da sede paroquial, uma quadra poliesportiva, um campo de futebol de areia, seis quiosques, um restaurante, um caramanchão de concreto (sem plantas) e calçadas e passeios exageradamente largos, existem mais de 140 árvores entre adultas e pequenas (não contamos os arbustos: vegetais que não ultrapassam dois metros de altura); no canteiro central da avenida João Ouro estão plantados 24 coqueiros; a nova praça Antônio Teixeira, paralela à avenida João Ouro ao norte do Sol Nascente, construída pela Norcon na entrada dos condomínios Canto Belo e Reserva das Flores, entre árvores e palmeiras existem nove; na margem direita do rio Poxim, no conjunto Santa Lúcia, na praça Iselte Fernandes Azevedo, são 172 árvores; na Praça Principal (da Igreja de Santa Lúcia), estão plantadas 50 árvores; nos canteiros que margeiam o canal da avenida Cel. Sizino da Rocha elas são 131. No geral, a arborização das praças e canteiros do Jabotiana ultrapassa o número expressivo de 700 exemplares.
As espécies mais comuns da arborização daquele bairro são: amêndoa, mata-fome, mangueira, fícus, aroeira, cajueiro, eucalipto, nim, flamboyant, pinheiro casuarina, e várias espécies de palmeiras, principalmente o coqueiro (que a Botânica não considera árvores).
Como vivemos no país dos contrastes, aquela área da zona oeste de Aracaju não é diferente. Em determinados condomínios, com milhares de metros quadrados construídos, praticamente não existem áreas verdes, não obstante os mesmos terem nomes “ambientalmente corretos”. Você mesmo, caro leitor, pode tirar suas conclusões observando imagens de satélite da zona oeste de Aracaju na internet (Google Earth). Na comunidade Largo da Aparecida, não existe uma única praça, logo, nenhuma árvore em espaço público.
Concluímos que o Jabotiana é um bairro bem arborizado, fazendo jus ao jargão “o último bairro verde de Aracaju”. Citamos alguns fatores que favorecem essa tendência: a manutenção de vários exemplares arbóreos nativos da área quando da construção dos conjuntos residenciais Sol Nascente, JK e Santa Lúcia; o desenvolvimento do projeto educativo/afirmativo “Construíndo uma Jabotiana Saudável” da USF “Manoel de Souza Pereira”; o trabalho didático conscientizador das escolas públicas e privadas; a iniciativa de alguns moradores em plantarem ou adotarem árvores nos logradouros citados; a política de arborização da Prefeitura de Aracaju; o trabalho intransigente da Sociedade Jabotiana Viva (movimento ambientalista) na preservação daquelas áreas verdes urbanas e naturais.
A qualidade de vida de um bairro ou de uma cidade, passa necessariamente pelo esforço e pela prática cidadã de muitos atores sociais. Que o exemplo exposto aqui, sirva de modelo e de inspiração. Mas não nos iludamos, as ameaças ao verde exuberante e às águas do Bairro Jabotiana é um “fantasma” que ronda dia e noite.
Aspecto da arborização da pç. Iselte Fernandes Azevedo no conjunto Santa Lúcia
Aspecto da arborização dos canteiros da av. Cel. Sizino da Rocha no conjunto Santa Lúcia
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