28 de outubro de 2012
11ª Caminhada Ecológica do Bairro Jabotiana: histórico e programação
O Bairro Jabotiana,
situado na Zona Oeste de Aracaju, é uma área peculiar da capital sergipana.
Possui um ambiente urbano convivendo com ocorrências naturais: o rio Poxim, as
lagoas do Areal e Doce, riachos tributários do Poxim, brejos, manguezais,
manchas de Mata Atlântica, além de pomares de jaqueiras e mangueira, além de
coqueirais.
Todas
essas ocorrências vêm sofrendo agressões de vários tipos: poluição de resíduos
líquidos e químicos nas águas, depósitos irregulares de lixo, retirada de areia
sem autorização dos órgãos ambientais, aterros e avanços da construção civil,
devastando as áreas verdes e avançando sobre os manguezais, provocando ainda a
impermeabilização do solo e o aumento do despejo de resíduos líquidos
(esgotos), fatores potencializadores de enchentes.
Mas
muitas pessoas do BJ não ficaram silenciosas e quietas diante de tanta
agressão. Há mais de 10 anos, profissionais técnicos e agentes de saúde da USF
“Manoel de Souza Pereira” elaboraram o Projeto “Construíndo uma Jabotiana
Saudável” com uma série de ações afirmativas e educativas visando contribuir
para o equilíbrio ambiental e consequentemente para a saúde dos moradores. A
Caminhada Ecológica é a culminância anual do Projeto, que é referência local e
nacional de ações de educação em saúde pública ambiental.
No dia
09 (sexta feira) de novembro, acontecerá a 11ª edição da Caminhada Ecológica
“Construindo uma Jabotiana Saudável”. Como de costume, a concentração será a
partir das 7h30 na rua 15 (ou Luiz Carlos Machado) do Conjunto Santa Lúcia, na
altura da praça da Igreja Católica. As 8h em ponto, terá início a Caminhada
percorrendo os seguintes logradouros: Avenidas Coronel Sizino da Rocha e Rio
Poxim. Ao cruzar a ponte, entrará na Avenida Cezartina Regis dos Conjuntos Sol
Nascente e JK, até o largo da Praça Principal, onde será encerrada com o canto
do Hino Nacional.
Todas as instituições públicas,
sociais e privadas do Bairro Jabotiana e adjacências estão convidadas, bem como
os moradores que não pertençam a nenhuma delas.
Nas semanas que antecedem o dia da
Caminhada, a equipe de coordenação do evento e do Projeto, formada por alguns
profissionais técnicos e agentes de saúde, além de alguns membros do Conselho Local
de Saúde, desenvolvem uma intensa programação, constando de palestras diárias e
exposição fotográfica das ações do projeto no salão de acolhimento da USF
“Manoel de Souza Pereira”, visitas às escolas públicas e particulares para
sensibilizar e convidar professores e alunos, contatos com veículos da
comunicação social, distribuição do cartaz promocional, panfletagem de convites
nos domicílios, anúncios com carro de som, entre outras.
A Sociedade Jabotiana Viva
participará da 11ª Caminhada, com seus diretores, sócios e simpatizantes,
empunhando a Bandeira de Sergipe e conduzindo uma faixa com a seguinte
inscrição: “PAREM DE DESTRUIR O VERDE E AS ÁGUAS DO BAIRRO JABOTIANA”. Um
protesto aos crimes e agressões ambientais às ocorrências naturais do “ultimo
bairro verde de Aracaju”.
A Caminhada Ecológica do Bairro
Jabotiana é a única realizada em um bairro de Aracaju a mais de uma década.
Esperamos que outros bairros se inspirem em nós e também promovam ações
semelhantes.
5 de outubro de 2012
A votação do uso do solo urbano na Câmara Municipal de Aracaju: implicações para o Bairro Jabotiana
A
emenda 1/2012, que sugeria a inclusão do limite de até três no índice de
aproveitamento do solo urbano no município de Aracaju, na Lei Orgânica/LO foi
rejeitada na sessão de 16 de agosto. Apenas quatro vereadores votaram a favor,
enquanto 13 votaram contra (ver quadro ilustrativo acima, produzido pelo Fórum
de Defesa da Grande Aracaju/FDGA). A emenda foi sugerida pelo vereador Dr.
Emerson (PT) e Bertulino Meneses (PSD) e apoiada pelos vereadores Moritos Matos
(PDT) e Nitinho (DEM).
Os vereadores que votaram a favor
argumentaram que o objetivo da emenda na LO é o conforto da população, porque
certos empreendimentos que não levam em conta a urbanização sustentável
influenciam na baixa qualidade de vida dos moradores da capital.
Os que votaram contra, defendem que
os valores dos terrenos e dos imóveis irão subir dificultando o acesso à casa
própria por parte das pessoas mais carentes.
Entretanto, as zonas da cidade onde
se localizam os bairros onde habita a população de baixa renda, prevalecem o
índice um, por já serem áreas densamente ocupadas.
Quanto menor o índice de
aproveitamento do solo urbano, mais elevada será a quantidade de domicílios numa
área determinada. Exemplo: maior número de apartamentos em um espaço menor do
terreno. Quanto mais apartamentos, mais vendas, mais lucro das construtoras e
imobiliárias.
Percebe-se que tanto os que votaram
a favor quanto os que votaram contra o índice três de aproveitamento do solo
urbano de Aracaju são de partidos que apóiam e que fazem oposição o governo
municipal. Ou seja, parlamentares do mesmo partido votaram uns ao oposto dos
outros, demonstrando compromissos divergentes no interior das siglas
partidárias.
Segundo dirigentes do FDGA, o interesse que
levou 13 vereadores a rejeitarem o índice três foi estritamente econômico: “a
pressão do mercado imobiliário em época de campanha eleitoral. É a lógica do
mercado, sem nenhuma sensibilidade ambiental”.
Observando o comportamento dos parlamentares
nas votações sobre o solo urbano de Aracaju, percebe-se claramente que a grande
maioria não aprova nada que contrarie os interesses daquele setor tão poderoso.
E o placar é sempre de 14 X 4. Uma verdadeira “tropa de choque”.
Grande número de moradias em um
espaço pequeno significa mais agressão ao ambiente e consequentemente às
pessoas.
Diante desta atitude política dos “representantes
do povo”, os moradores do Bairro Jabotiana, na Zona Oeste da cidade, que sofre
desde 2007 um vertiginoso crescimento imobiliário e demográfico, assistem a uma
dinâmica de expansão devastadora, oposta a tudo que possa ser chamado de
sustentável do pondo de vista ambiental e social: a multiplicação sem limites
do número de domicílios implica em mais resíduos líquidos (esgoto) despejados
no rio Poxim, maior produção de lixo, intensificação do trânsito
(congestionamentos, acidentes, poluição sonora e do ar), mais impermeabilidade
do solo e mais enchentes, além do isolamento das pessoas e a perda gradativa da
convivência comunitária, tão característica naquela área.
Nesta eleição municipal que se aproxima, é
fundamental que o eleitor tenha a compreensão clara da importância do seu voto
como fator decisivo para o futuro de sua cidade e de seu bairro.
Trânsito
congestionado na Av. Cesartina Régis (Sol Nascente/B. Jabotiana) em set. 2012:
consequência do crescimento imobiliário desordenado
Arquivo: Sociedade
Jabotiana Viva
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