4 de novembro de 2010

Enchentes do rio Poxim: problema ambiental

Rua alagada no conjunto JK no Bairro Jabotiana em abril de 2010

             A sub-bacia do Poxim sofre terrivelmente toda sorte de agressões. Assim, as conseqüências estão sendo evidenciadas. Em um período de menos de dezoito meses, ocorreram duas enchentes que atingiram o Bairro Jabotiana - BJ. A primeira aconteceu em fevereiro de 2008, que inundou ruas e residências dos conjuntos JK e Santa Lúcia. A segunda foi nos dias 10 e 11 de maio de 2010. Nesta última, a água do rio Poxim invadiu as ruas H, Prof. Franco Freire, 36 e 39 do JK, enquanto o canal da avenida Cel. Sizino da Rocha, no Santa Lúcia, transbordou e a água chegou ao passeio, por pouco não invadiu as residências.
            Antes da enchente de 2008, havia 10 anos que não ocorria um fato desta gravidade em nosso bairro, mesmo nos momentos de chuvas torrenciais.
            Nos últimos anos, estamos assistindo alterações cada vez mais bruscas do regime do rio Poxim. De janeiro a abril a sua vazão caiu vertiginosamente, provocada pela falta de chuvas e altas temperaturas, ocasionando o racionamento de água e os seus conseqüentes transtornos. 
            Além dos fatores climáticos de grande amplitude, não podemos esquecer os fatores localizados para a ocorrência das enchentes cada vez mais freqüentes: A impermeabilização do solo e a destruição da vegetação, decorrentes do crescimento urbano sem planejamento cuidadoso, ou seja, sem estudo prévio do impacto ambiental e suas conseqüências para a própria população das áreas próximas ao rio. Tal fator impede que as águas sejam absorvidas naturalmente pelo solo. Durante as chuvas, quantidades imensas de água descem pelos esgotos e canais (quando descem) e se acumulam no rio, provocando os transbordamentos e as enchentes. Quando ocorre maré alta, a situação é ainda mais crítica, pois a rede de esgotos e os canais já se encontram cheios, não havendo espaço para a água das chuvas.
            Segundo dados da EMURB/PMA, entre 2007 e 2009 o Bairro Jabotiana estará contando com mais 2000 domicílios. Este crescimento populacional vertiginoso implica em um enorme acréscimo no volume do esgotamento sanitário a ser depositado no rio, bem como a da diminuição das áreas de solo permeabilizado. O crescimento imobiliário, embora licenciado pela ADEMA e pela EMSURB, não leva em conta o impacto ambiental e suas conseqüências para a população. Os aterros gigantescos e vorazes para a construção de condomínios foram realizados sobre antigas áreas para onde o rio vazava seu excesso de água em períodos de cheia. Perguntamos: Cadê o desenvolvimento sustentável tão declamado em prosa e verso?
            Agora fica fácil para o leitor entender as causas das enchentes sucessivas. Só quem tem a sua residência inundada, sabe o que passa. Cabe aos demais serem solidários e exercerem a sua cidadania.
A Sociedade Jabotiana Viva vem desenvolvendo a campanha “Poxim no Coração da Gente”, que tem por propósito contribuir para uma maior conscientização dos moradores no BJ e adjacências, e sensibilizar autoridades executivas e legislativas quanto à importância da revitalização do rio Poxim e de sua sub-bacia.
A referida campanha tem como ações educativa e afirmativa o desenvolvimento de dois projetos: a produção de uma Cartilha de Educação Ambiental a ser distribuída nas escolas do bairro e “Doe o óleo”, sobre a coleta e a reciclagem do óleo de cozinha usado nas comunidades do BJ. Este último em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH.

*Matéria publicada no impresso “Informativo Jabotiana Viva” Nº 03, set./out. 2009  e atualizado em 1º de Nov. 2010.

1 comentários:

Eh uma atitude muito louvavel e quem sabe dessa forma possamos melhorar a degradação ambiental, fico muito feliz pela iniciativa e pode contar comigo sempre q precisar!!!!
 

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